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Cidades

Preso com dupla que furtou Reinaldo é levado para a “Supermáxima”

Irmã e defesa tentam provar inocência de Antônio Matheus de Souza Silva, pego com ladrões confessos

Por Anahi Zurutuza | 02/07/2024 11:39
Momento que trio foi abordado pela Polícia Civil de São Paulo, na região central da capital paulista (Foto: Inquérito/Reprodução)
Momento que trio foi abordado pela Polícia Civil de São Paulo, na região central da capital paulista (Foto: Inquérito/Reprodução)

Sem “aviso prévio”, Antônio Matheus de Souza Silva, de 23 anos, foi levado do Ptran (Presídio de Trânsito de Campo Grande), no Complexo Penal do Jardim Noroeste, para cela em unidade de segurança máxima na Capital. Advogado e a família do rapaz, que alega nada ter a ver com o furto ao apartamento de Reinaldo Azambuja (PSDB), ficaram sabendo nesta manhã da transferência para a Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira I, conhecida como “Supermáxima” pelo rigor do regime aplicado aos detentos, semelhante à disciplina dos presídios federais.

A microempresária e irmã de Matheus, Kelly de Souza, de 30 anos, que desde o dia 10 de junho, trava verdadeira investigação paralela para provar a inocência do irmão, explica que o defensor, Paulo Tarso Campos de Oliveira, conversaria com o cliente por videoconferência, às 9h (horário local) desta terça-feira (2). “O Dr. Paulo agendou essa chamada para hoje às 10h, no horário de Brasília, e simplesmente eles apareceram dizendo que o Matheus não está mais lá [no Ptran]”.

A Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) informou, via assessoria de imprensa, que por motivos de segurança, transferências não são alertadas previamente, mas que após a inclusão do detento na nova unidade, a família é avisada.

Davi Morais Saldana (no celular) e Ítalo Alexandre Silvestre (com a mala) deixando o condomínio onde mora o ex-governador, no dia 8 de junho (Foto: Inquérito policial/Reprodução)
Davi Morais Saldana (no celular) e Ítalo Alexandre Silvestre (com a mala) deixando o condomínio onde mora o ex-governador, no dia 8 de junho (Foto: Inquérito policial/Reprodução)

Compasso de espera - Enquanto isso, Kelly, que veio de São Paulo (SP) para Campo Grande no dia 19 de junho, aguarda julgamento de novo pedido de liberdade feito pela defesa nesta segunda-feira (1º) e busca mais elementos para demonstrar que o irmão não tem envolvimento com o crime pelo qual foi indiciado. “Não aguento mais saber que meu irmão está num lugar horroroso [presídio] sem ter furtado nada de ninguém”.

A análise do habeas corpus, contudo, tem um entrave. O juiz Robson Celeste Candeloro determinou que a Garras (Delegacia Especializada em Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) esclareça confusão de datas no inquérito sobre a invasão à casa do ex-governador. O boletim de ocorrência, por exemplo, registra o furto em 9 de maio, enquanto relatório da investigação marca outras duas datas, 8 e 9 de junho.

De acordo com a polícia, o crime aconteceu no dia 8 de junho, dia em que o apartamento de Reinaldo Azambuja estava vazio, mas só foi descoberto no dia seguinte, um domingo, quando o ex-governador voltou de viagem a Maracaju, cidade que comemorou 100 anos naquele fim de semana.

Antônio Matheus foi preso na tarde do dia 10 em São Paulo (SP), junto com Davi Morais Saldana, de 24 anos, e Italo Alexandre Franca Silvestre, 22, que confessam o crime e negam a participação de uma terceira pessoa.

No novo HC, o advogado do irmão de Kelly anexou novas imagens das câmeras de segurança do prédio onde ele mora com a família, na capital paulista, para mostrar toda a movimentação do cliente em 8, 9 e 10 de junho. No dia que o furto aconteceu, Matheus passou cinco horas fora de casa e depois foi a uma balada em São Paulo. “Era o aniversário dele. Ele fez 23 anos”, afirma a microempresária.

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Novas imagens do prédio onde Antônio Matheus mora com a família foram apresentadas à Justiça para provar que ele nunca saiu de São Paulo (Foto: Reprodução)
Novas imagens do prédio onde Antônio Matheus mora com a família foram apresentadas à Justiça para provar que ele nunca saiu de São Paulo (Foto: Reprodução)

Kelly garante que o irmão “só estava no lugar errado, na hora errada” para acabar preso. A prisão, segundo a irmã, aconteceu perto do local onde moram, próximo também da “Rua do Ouro”, na região central da capital paulista.

A Garras conseguiu imagens que mostram Davi e Ítalo na rua conhecida pelo comércio de joias e de prédio onde a investigação acredita que a dupla vendeu os itens levados da casa de Reinaldo. Matheus não aparece junto, embora estivesse mais tarde no carro com os dois.

Conforme relatório da Garras, ao qual o Campo Grande News teve acesso, o trio estava no carro alugado por Ítalo para a empreitada criminosa na Capital sul-mato-grossense. No veículo, havia sacola contendo R$ 67 mil em espécie, relógios, colar e pulseira, objetos que Reinaldo e a ex-primeira-dama, Fátima Azambuja, reconheceram.

Kelly afirma que o irmão só havia pegado uma carona e não sabia o que os amigos haviam feito no fim de semana ou horas antes do flagrante. “Na hora da prisão meu irmão não portava absolutamente nenhum objeto furtado. Eles deveriam apresentar provas, mas não apresentam. Então, o fato deles não ter nenhuma prova, nenhuma imagem e manterem um primário preso, vai contra o que a própria lei determina, já que ele poderia responder ao processo em liberdade. O condenam por estar com amigos que cometeram um delito e isso não é crime”, afirma a irmã.

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