"Indiozinho" faz pré-operatório, mas cirurgia continua sem previsão
O “indiozinho” Edemar Gonçalves da Silva, 4 anos, iniciou hoje (4) a preparação para a cirurgia cardíaca que pode salvar sua vida. Ele foi submetido a um procedimento que vai prepará-lo, mesmo assim até agora não existe previsão para que o menino seja submetido a cirurgia. O hospital informou que vai aguardar o resultado dos exames necessários para então agendar o procedimento.
O pré-operatório acontece com uma semana de atraso, pois a SES (Secretaria de Estado de Saúde) já tinha autorizado a aquisição dos equipamentos necessários para o procedimento no dia 28 de janeiro deste ano. Porém a Santa Casa só adquiriu os materiais – com custo de R$ 20,7 mil –, na sexta-feira (29).
Edemar espera desde dezembro de 2014 pelo procedimento e desde então já passou por dois hospitais em Mato Grosso do Sul. No HU (Hospital Universitário) de Dourados, a 230 quilômetros da Capital, ele ficou internado por mais de 10 meses. E atualmente aguarda na Santa Casa de Campo Grande, para onde foi transferido em outubro de 2015.
O menino nasceu no dia 23 de dezembro de 2011, no Hospital Regional de Amambai. Entre os dias 10 e 12 de dezembro de 2012 ficou internado no HU (Hospital Universitário) de Dourados. Depois disso, só existe um registro de alta da Santa Casa de Campo Grande, do dia 7 de janeiro de 2013.
Somente no dia 4 de dezembro de 2014 o garotinho retornou para o HU de Dourados, levado pela irmã Jaqueline Lopes, 23 anos – que atualmente o acompanha (a mãe teria sido assassinada pelo pai de Edemar). O hospital informou que o menino foi internado com pneumonia. Na Santa Casa de Campo Grande ele só deu entrada dez meses depois, de acordo com a cardiopediatra que atende o menino, Cláudia Piovesan Farias, por conta do quadro de saúde delicado.
Doença – Edemar tem um grave problema no coração, conhecido como anomalia de Ebstein. Ele nasceu com a doença rara que provoca insuficiência cardíaca por conta de uma má formação.
O problema no coração não impede que a criança viva fora do hospital, ele poderia aguardar a cirurgia em casa. Porém, a “internação social” na Santa Casa é o único meio encontrado para garantir que ele receba o tratamento necessário.
Ele recebeu o diagnóstico da doença também na Santa Casa de Campo Grande. Na época os pais foram informados sobre a gravidade do caso, mas não permitiram que o filho fosse submetido aos procedimentos.
O pai de Edemar, Roberto Gomes da Silva, registrou em uma carta – provavelmente escrita em 2013 – o desejo de que o menino não fosse submetido à cirurgia cardíaca. O documento está guardado junto com outras documentações do garoto, na Casai (Casa de Apoio à Saúde do Índio), na Capital.