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Capital

Ação do “novo cangaço” teve prego perto de delegacia e tiros para o alto

Roubo a banco foi ação de "cangaceiros modernos", diz polícia

Luana Rodrigues | 10/11/2016 16:18
Agência bancária ficou completamente destruída. (Foto:  Direto das Ruas)
Agência bancária ficou completamente destruída. (Foto: Direto das Ruas)

Explosões cinematográficas, tiros para o alto e pregos espalhados próximo a postos policiais para impedir qualquer reação. Ações como esta são características do chamado “novo cangaço” - grupo criminoso que aterroriza e comete crimes de maneira violenta e planejada em pequenas cidades do interior do Brasil. Foi assim na explosão da agência bancária de Pedro Gomes - município distante 309 quilômetros ao norte de Campo Grande.

Era por volta das 3h50 desta quinta-feira (10), quando os moradores escutaram as primeiras explosões. Na sequência do barulho, semelhante a uma “chuva de bombas”, vieram os tiros para o alto, que ninguém soube precisar de que armas eram. Além disso, em ruas próximas às unidades da polícia, foram encontrados pregos.

“Ainda não temos detalhes sobre o grupo, suspeitamos que eram pelo menos oito homens. Mas não temos dúvidas que usam a mesma modalidade do 'Novo Cangaço', tocar o terror”, disse o delegado Fabio Peró, do Garras ( (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assalto e Sequestro).

Segundo as investigações, a ação em Pedro Gomes foi executada por homens armados que usaram dois veículos para efetuar o roubo, um GM Cruze de cor escura e uma Toyota Hilux de cor clara.

E é desta forma que "trabalham" os "cangaceiros" modernos. Motorizados, armados de fuzis e pistolas, eles são organizados.

A ação a ser praticada geralmente é planejada com semanas de antecedência. Caminhos de fuga, horários da polícia e da movimentação do dinheiro nos bancos também são estudados.

São necessários menos de 30 minutos, apenas o tempo suficiente para estourar os caixas eletrônicos e cofres do banco (geralmente com dinamite) e seguir em frente. Na fuga, interditam as vias de acesso ao município, seja com veículos de grande porte ou com carros incendiados.

Conforme o delegado, a prática é recorrente no interior de estados como Goiás, Tocantis e no Nordeste. “Normalmente são quadrilhas interestaduais que agem para conseguir dinheiro e financiar o crime”, explica.

Novos cangaceiros - Essa nova categoria de assaltos a bancos vem causando terror nas cidades interioranas brasileiras. O modus operandi dos “novos cangaceiros” tem semelhança com o velho cangaço. Este, não raro, fazia uso de reféns; o bando também era grande, de 10 a 15 membros; e preferia atacar pequenas cidades.

Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião, foi um cangaceiro brasileiro, que atuou em quase todo o Nordeste. Ele e seu bando conseguiram dominar o sertão durante anos. Os cangaceiros tinham modo destemido de atuação.

Era um grupo organizado que não se estabilizava em uma cidade. Atuava fortemente armado, sitiava o local e fazia a polícia refém das suas ações. Os cangaceiros de Lampião gostavam de desafiar os policiais. O mesmo acontece atualmente nos ataques às agências bancárias no interior do Nordeste.

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