Catadores voltam a bloquear rodovia contra fechamento do lixão
A rodovia BR-262, no macroanel de Campo Grande, voltou a ser interditada na manhã desta sexta-feira (04). De acordo com os manifestantes, há aproximadamente 100 catadores bloqueando o trânsito no local. O bloqueio total da rodovia teve início por volta das 9 horas. Equipes da PRF (Polícia Rodoviária Federal) estão indo para o local, para controlar a situação.
“Se eles vierem agressivos, também vamos pra cima, porque por enquanto está todo mundo pacífico aqui”, disse o catador Julianderson Castro, 31 anos, ao Campo Grande News.
A justificativa dos catadores para a manifestação de hoje é por conta da demora da Justiça e Prefeitura em resolver a situação. “Estamos há cinco dias sem trabalhar, jajá vai ter gente passando fome”, disse. Os catadores de materiais recicláveis disseram que recebem de R$ 100 a R$ 150 por dia trabalhado no lixão.
Conforme o manifestante, a rodovia está totalmente bloqueada com paus e pedras. Só serão autorizados a passar ambulâncias e viaturas.
Na segunda-feira (29), com ordem judicial e apoio da PM e da Guarda Municipal, a área de transição do lixão foi fechada. A decisão tem validade desde domingo (28), com previsão de multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento.
Histórico - Uma liminar, concedida em ação civil proposta pela Defensoria Pública em dezembro de 2012, permitia o acesso ao aterro sanitário Dom Antônio Barbosa. A medida foi deferida pelo tempo que durasse o atraso na construção da UTR (Usina de Triagem de Resíduos).
Contudo, como a obra foi 100% concluída, a área de transição foi fechada. A decisão também foi do juiz da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, Marcelo Ivo de Oliveira. O magistrado autorizou ação policial nos dias 28 e 29 de fevereiro.
A UTR foi inaugurada em agosto de 2015. Mas, segundo o representante dos catadores, são somente 88 funcionários, que recebem o lixo da coleta seletiva. Júnior calcula que mais de 700 pessoas sobrevivam com a renda obtida na área de transição, sendo 429 “empregos” diretos e 300 pessoas que auxiliam da separação à venda do material reciclável. Em média, a remuneração é de R$ 100 por dia.