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Capital

Coincidência? No mesmo dia da prisão de Fahd, "Caveirão" reaparece no Garras

Veículo foi doado à unidade por empresa de transporte de valores, em 2010

Marta Ferreira | 21/04/2021 07:31
Carro-forte que é da delegacia desde 2010 chegando no estacionamento do Garras. (Foto: Paulo Francis)
Carro-forte que é da delegacia desde 2010 chegando no estacionamento do Garras. (Foto: Paulo Francis)

Pintado de preto, com o símbolo “faca na caveira” e a inscrição Garras - sigla da Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros - um carro-forte transformado em viatura chamou atenção, nesta segunda-feira (19), quase no fim da tarde, ao entrar no estacionamento da unidade policial, no Bairro Flamboyant. Ali estava preso, desde a manhã, personagem considerado “lenda” por décadas em Mato Grosso do Sul, a ponto de ser chamado de “Rei da Fronteira”.

 Entre os jornalistas, surgiu a curiosidade: será que Fahd Jamil, o detento famoso, de 79 anos, vai ser transportado de “Caveirão”? A resposta levantada foi negativa, mas a pergunta sobre o blindado continuou no ar.

 A reportagem do Campo Grande News tentou saber o motivo, mas a Polícia Civil manteve silêncio. Chegou a ser comentado que o “Caveirão” havia apenas retornado do conserto em oficina mecânica, assim como também foi dito que a presença no estacionamento é para "mostrar força", diante do detento de "peso" que está abrigado ali.

Fahd Jamil, em carta aberta divulgada quando se entregou, disse ser um homem cansado, doente, e sob ameaças de criminosos. São bandidos, segundo a defesa dele, ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital, facção criminosa em plena guerra pelo comando das atividades ilícitas na região de fronteira com o Paraguai.

Veículo blindado, com porta aberta, e calço de tijolos nas rodas traseiras. (Foto: Paulo Francis)
Veículo blindado, com porta aberta, e calço de tijolos nas rodas traseiras. (Foto: Paulo Francis)

Uma década - O veículo está com o grupo considerado de elite na Polícia Civil desde 2010. Quando foi doado por empresa de transporte de valores, esse tipo de blindado era conhecido só pelo uso para subir as favelas do Rio de Janeiro contra o crime organizado.

Aqui, forma feitas atividades na época de direção defensiva no Autódromo Internacional de Campo Grande, além de anunciado o uso em ações especiais de rua.

A reportagem tentou saber em que situações já foi utilizado, mas novamente não houve detalhamento pela Polícia Civil.

Foi dito pela assessoria de imprensa que, por questões de “segurança orgânica” da unidade, não pode ser divulgado como são utilizadas as viaturas que compõem a frota.

Na tarde de ontem, o carro-forte seguia estacionado no pátio do Garras, onde, desde este ano, funciona também um centro de treinamento de integrantes fas forças de segurança. A imagem feita mostra dois tijolos colocados como calço nas rodas traseiras.

Quem é – O preso que suscitou a curiosidade é alvo de três ações derivadas da operação Omertà, contra milícias armadas atuantes em Campo Grande e em Ponta Porã. Aos 79 anos, “Fuad”, como era chamado popularmente, se entrego na segunda-feira, após 10 meses foragido.

Ontem, sua prisão preventiva foi mantida pelo juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal, responsável por duas ações movidas pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado).

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