Com atraso de obra do Aquário, governo cogita abater peixes
À espera da conclusão dos tanques do Aquário do Pantanal, os peixes que iriam povoar a obra milionária podem até mesmo ser abatidos. Após a morte de 10 mil animais, o governo encerrou em junho contrato com a empresa Anambi (Análise Ambiental Ltda) e os “sobreviventes” estão sob custódia do Imasul (Instituto Estadual do Meio Ambiente).
Em entrevista publicada hoje na Folha de São Paulo, o secretário estadual de Meio Ambiente, Jaime Verruck, disse que “no limite”, caso o prazo se prolongue, pode doar os animais, despejá-los em um tanque maior ou “até abater e distribuir a carne”.
Conforme relatório da Anambi, responsável pelo manejo das espécies, desde novembro de 2014, 10.160 peixes morreram. A explicação é de que a variação de temperatura da água atingiu, principalmente, as espécies amazônicas, asiáticas, africanas e australianas. A empresa recebeu R$ 3 milhões dos R$ 5.215.499,36 previstos em contrato.
O MPE (Ministério Público Estadual) abriu inquérito para apurar irregularidades envolvendo o licenciamento ambiental da obra, a captura, o manejo e a guarda das diversas espécies.
Contagem – Diretor da Anambi, Geraldo Augusto da Silva nega a morte de dez mil animais. A contagem foi baseada em métodos estatísticos que foram revisados recentemente, mostrando que, na verdade, a quantia de exemplares mortos varia entre 6,5 mil a 7 mil. Neste cálculo, 13 mil espécimes ainda vivem nos tanques da quarentena.
Em 30 de junho, quando assumiu a manutenção dos peixes, o Imasul informou que faria nova contagem. Os peixes chegaram em novembro de 2014 e foram colocados em galpões na sede da PMA (Polícia Militar Ambiental), na avenida Mato Grosso.
No total, o custo do Centro de Pesquisa e de Reabilitação da Ictiofauna Pantaneira, nome oficial do aquário, deve atingir R$ 230 milhões. A previsão inicial era gastar R$ 87 milhões.
Com uma área total de cerca de 27 mil m² o empreendimento foi concebido para ser o maior aquário de água doce do mundo, com 6,6 milhões de litros de água. A obra começou em 2011, nos altos da avenida Afonso Pena, em Campo Grande. A reportagem não conseguiu contato com o secretário de Meio Ambiente, Jaime Verruck.