Com indignação e pedidos de justiça, família se despede de mortos na Assaf Trad
Joel deixa esposa e três filhos; ele pilotava moto e tinha ido buscar o pai no trabalho
"Tudo que a gente quer é justiça. A frase é da prima de Joel dos Santos Lopes, de 38 anos, que morreu ao lado do pai, Anador Lopes, de 72 anos, mortos ao serem atingidos por um carro em alto velocidade na avenida Cônsul Assaf Trad, em frente ao Residencial Alphaville - região norte de Campo Grande.
Os dois estavam em uma moto e morreram na hora. O condutor do carro não parou para socorrer as vítimas e seguiu em fuga dali. Hoje, um veículo Fox, de cor preta, que pode ter sido o atropelador de pai e filho foi apreendido.
"Não dá para continuar assim. O Joel deixa esposa com três filhos. Um deles, de colo. Ver os culpados serem identificados e punidos é o que a gente quer. Peço que quem souber de alguma coisa, que denuncie. Se cada um fizer um pouco, a gente consegue chegar nos culpados por isso", completa Gilma Faustino, prima de Joel.
Joel era tratorista e estava de férias, época em que estava aproveitando para buscar o pai todos os dias no Alphaville, onde trabalhava nos serviços gerais do condomínio. Ontem, contudo, sua ida foi fatal e ele morreu ao lado do pai.
"Ele [Joel] tinha três filhos. Uma menina de sete anos, um menino de três e uma garotinha de colo, com dois anos. São crianças que ficam sem pai. Domingo (8) é Dia dos Pais e a esposa dele, a Fernanda, terá três crianças para embalar sozinha, conta a técnica de enfermagem Kelly Ifra, de 32 anos, também prima da vítima mais nova.
Segundo familiares que acompanharam o velório, realizado no cemitério Parque Monte das Oliveiras, na avenida Guaicurus, pai e filho nutriam uma ótima relação, eram bem companheiros e sempre retornavam juntos para casa depois de um dia de trabalho.
O acidente - Tudo aconteceu no fim da tarde de ontem, quando Joel e Anador saíam do Alphaville e tentavam acessar a avenida Cônsul Assaf Trad. Ambos morreram na hora e foram arremessados por dezenas de metros após a colisão com o carro.
O carro mesmo com parte da frente destruído seguiu funcionando e rodando, e quem o dirigia, algo a ser descoberto na investigação, não parou para prestar socorro e seguiu viagem. Testemunhas afirmaram que havia uma disputa de racha, contudo, é possível ver que há um movimento intenso de outros veículos na avenida.
Nesse sábado (7), o suposto veículo que atingiu os dois, um Fox de cor preta, foi encontrado após denúncia anônima. Ele estava em uma garagem de uma casa no Jardim Anache, onde duas pessoas pessoas se encontravam. Elas foram ouvidas na delegacia e depois liberadas ao afirmarem não ter envolvimento.