Com poluição e sem chuva, umidificadores “desaparecem” das prateleiras
Grandes redes de varejo também estão com estoque reduzido de ar-condicionado
A péssima qualidade do ar e o tempo seco em Campo Grande têm levado a uma crescente demanda por umidificadores, resultando no esgotamento rápido dos estoques em diversas lojas. Desde grandes redes de comércio até pequenos estabelecimentos, os umidificadores estão se tornando um item raro nas prateleiras.
A poluição do ar e o clima seco têm causado um impacto significativo na saúde respiratória. O ar poluído e a baixa umidade estão contribuindo para o aumento de sintomas relacionados a doenças respiratórias e cardiovasculares, mesmo entre pessoas que não têm condições preexistentes. A exposição contínua a esses fatores pode agravar problemas respiratórios e aumentar o risco de complicações para pessoas com condições preexistentes.
Para muitos, a solução tem sido recorrer aos umidificadores, que ajudam a aliviar o desconforto causado pelo ar seco. A procura por esses dispositivos tem crescido exponencialmente, desde modelos compactos, destinados a uso pessoal, até aparelhos maiores que atendem ambientes mais amplos.
Ronildo da Silva, vendedor da Loja Gazin, localizada no Centro, confirmou que a demanda está superando a oferta. “A maior procura mesmo hoje ainda é o umidificador, mas só que nós não temos mais a disponibilidade dele, de tanto que saiu. Esse clima quente acabou levando todos os nossos. Agora, o ar-condicionado, de ontem para cá, começou a sair muito bem, um crescimento de um dia para o outro".
O vendedor destacou que a loja recebeu uma remessa recente, mas a quantidade foi insuficiente para atender a demanda crescente. “Umidificador só vamos ter disponíveis para daqui 20 a 30 dias. Ontem nós recebemos uma remessa de 20 ou 25, mas não deu nem para o cheiro, tinha no estoque e foi inteiro. Ele sai tranquilamente, sairia mais se tivesse”, explicou.
Grandes redes de varejo, como Magazine Luiza e Casas Bahia, também estão enfrentando problemas com o esgotamento dos estoques. A reportagem confirmou que essas lojas, situadas no Centro de Campo Grande, estavam sem umidificadores disponíveis. Em algumas lojas especializadas em outros produtos, foram encontradas poucas unidades restantes, especialmente de modelos portáteis de mesa.
Osmar Romanosque, técnico em enfermagem, relatou a dificuldade em encontrar um umidificador adequado para seus netos. “É pra minha filha, ela tem duas crianças pequenas e está procurando um modelo pequeno para colocar perto da criança, porque o tempo está super seco e não só as crianças, mas todo mundo sofre com isso. Quando é criança é pior". Ele também observou que o aumento da demanda está resultando em preços mais altos para os umidificadores. “Está um pouquinho mais caro porque a procura está grande, então com certeza o produto vai só subindo”, disse.
Gerente da loja Mini Life, Paloma Lemos, confirmou a intensificação da procura, principalmente nos últimos 15 dias. “Não estou dando conta nem de testar, porque está tendo bastante procura. Umidificadores ainda têm em estoque poucas unidades, eles chegam e saem muito rápido. Nesses últimos 15 dias aumentou bastante as vendas". Segundo a gerente, a demanda, antes, era mais voltada para o uso de umidificadores como difusores de ambiente, mas agora é claramente impulsionada pelas condições climáticas adversas.
Para os que não conseguem encontrar umidificadores, a improvisação tem sido a solução. Ana Paula Silva, dona de casa, recorre a métodos alternativos para melhorar a umidade do ar em sua residência.
“Eu coloco a toalha molhada, coloco uma bacia com água e ventilador e coloco água fria. É isso porque está muito quente, mas mesmo assim o calor está demais. Faço isso pra todo mundo em casa, até para os animais que sofrem, porque eu tenho uma lhasa, nossa, ela sofre também. Meu marido procurou umidificadores para comprar, mas não achou”, relatou.
Denize Rezende, que recentemente teve que recorrer a compra de um umidificador, também encontrou formas alternativas de lidar com o clima seco. “Durmo com a janela aberta, com ventilador e umidificador. Tive que comprar, não teve jeito. Na minha casa, eu sempre deixo as janelas bem abertas, tomo um banhinho antes de dormir também”, disse.