Com UTI lotada, Santa Casa improvisa isolamento para pacientes com gripe
Todo dia pelo menos um paciente com gripe é isolado em sala improvisada no Pronto Socorro da Santa Casa de Campo Grande, até que vague um leito na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), disse na manhã desta sexta-feira (3) o diretor-técnico do hospital, Mário Madureira.
Ele ressaltou que a gripe veio a agravar o problema de falta de leitos, ao todo são 100, sempre com lotação máxima, atribuída especialmente aos casos de traumas.
Nesta sexta-feira, 16 pacientes da ortopedia aguardavam vagas nos corredores. De gripe, são três pacientes em UTIs, sendo uma criança e dois adultos.
Também há dois casos confirmados que já não são mais tratados na UTI – dentre eles o da menina de 08 anos que deu entrada no dia 22 – e 13 pacientes aguardam ainda o resultado de exames.
A infectologista Priscila Alexandrino afirma que a grande quantidade de casos entre abril e maio surpreendeu, em um período para o qual se esperava ainda falar sobre a dengue. A circulação do vírus H1N1 normalmente se intensifica no inverno.
Mário Madureira enfatizou que a Santa Casa tem estrutura para suportar esse aumento de demanda, mas ponderou que o ideal é que somente os casos graves sejam encaminhados ao hospital e os demais fiquem na atenção básica.
Recorde – Até agora, conforme o último relatório, divulgado quarta-feira (01) morreram 32 pessoas por conta da doença, tornando 2016 como o ano com maior número de óbitos confirmados desde 2009, quando o vírus da gripe foi detectado pela primeira vez em uma epidemia no México.
Conforme o boletim epidemiológico, as sete mortes desta semana ocorreram em Bataguassu, onde duas pessoas morreram, Campo Grande, Caarapó, Douradina, Jardim e Naviraí. Os outros óbitos confirmados pelo vírus da gripe A desde o início do ano foram registrados em Aquidauana, Corumbá, Coxim, Juti, Ivinhema, Maracaju, São Gabriel do Oeste e Três Lagoas.
De 1.096 exames realizados pelo Lacen (Laboratório Central) este ano, 422 confirmaram a doença em pacientes de todo Estado, sendo 114 somente em Campo Grande. No total, 615 pacientes ainda aguardam o resultado dos exames para confirmar se estão contaminadas pelo vírus H1N1.