Consórcio paga vale nesta terça, mas diz não ter dinheiro para salários de julho
Empresa alega que está devendo bancos e não tem mais de onde tirar recursos para o pagamento
A novela envolvendo o transporte público de Campo Grande está longe de chegar ao fim. Sem dinheiro em caixa e alegando um déficit mensal de R$ 5 milhões, o Consórcio Guaicurus, que opera o sistema de transporte coletivo urbano de passageiros na Capital, garantiu nesta segunda-feira (27) que não há de onde tirar recursos para o pagamento dos salários dos funcionários no mês de julho.
Uma reunião entre representantes do consórcio e a prefeitura de Campo Grande estava prevista para acontecer na tarde de hoje, porém não ocorreu. De acordo com o advogado André Borges, que representa o Consórcio Guaicurus, a prefeitura está tentando um acordo com o Governo do Estado para sanar o desequilíbrio financeiro da empresa.
“O pessoal da prefeitura está em contato com o governo do Estado para que eles possam contribuir na solução do problema. O numero gigantesco de estudantes que andam de ônibus não pagam nada, a prefeitura de Campo Grande está pagando o passe dos estudantes da rede estadual. Será que não é justo o Estado pagar o passe dos estudantes?”, questionou o advogado.
Segundo André Borges, em acordo com o MPT (Ministério Público do Trabalho) amanhã (28) será pago o vale para os funcionários, que paralisaram os serviços na semana passada. Esse vale, que corresponde a 40% do salário está garantido, no entanto, no dia 5 de julho o consórcio precisa pagar o salário, mas não tem dinheiro em caixa e nem previsão de onde vai tirar.
“Na greve da semana passada faltou no caixa 2 milhões para pagar o vale dos trabalhadores, que terá que ser pago amanhã conforme o acordo feito com o ministério do trabalho. O dinheiro que vem sendo arrecadado com as passagens desde que terminou a greve está sendo reservado para o pagamento. Pagando o vale, ainda não tem nada resolvido porque semana que vem, dia 5, tem que pagar os salários e não tem dinheiro no caixa do consórcio. Todas as 4 empresas que fazem parte do consórcio estão devendo bancos e não conseguem mais crédito”, alertou o advogado.
A prefeitura de Campo Grande foi procurada pela reportagem para se posicionar sobre a situação do transporte da Capital citado pelo consórcio. Porém até a publicação da matéria não houver retorno.