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Capital

Ônibus voltam às ruas; usuário teme aumento da tarifa

Transporte coletivo ficou paralisado por 24 horas na Capital após consórcio atrasar pagamento dos funcionários

Ana Oshiro e Bruna Marques | 22/06/2022 06:52
Movimentação no terminal Hércules Maymone na manhã desta quarta-feira. (Foto: Henrique Kawaminami)
Movimentação no terminal Hércules Maymone na manhã desta quarta-feira. (Foto: Henrique Kawaminami)

Depois de 24 horas de paralisação, nesta quarta-feira (22) o transporte coletivo voltou a funcionar com 100% da frota em Campo Grande e trouxe alívio para os passageiros, que ontem foram pegos de surpresa com a greve dos motoristas e a falta dos veículos circulando nas ruas da Capital.

Na manhã desta quarta-feira o movimento no Terminal Hércules Maymone era grande, mas apesar da volta dos ônibus, muitos usuários do transporte coletivo já estão apreensivos com o possível aumento da passagem, debatido durante reunião entre a prefeitura e o Consórcio Guaicurus nesta terça-feira.

Filomena não concorda com aumento no preço da passagem. (Foto: Henrique Kawaminami)
Filomena não concorda com aumento no preço da passagem. (Foto: Henrique Kawaminami)

"Ontem meu patrão teve que ir me buscar. Fui pega de surpresa, não avisaram nada. É um cúmulo quererem aumentar, não tem frota adequada, andamos no aperto, absurdo isso aí. Os patrões vão reclamar de aumentar o valor do passe e uns ônibus precários, sem estrutura nenhuma. Todo mundo em pé", desabafou Filomena Oliveira, de 57 anos, cozinheira que pega ônibus todos os dias do Bairro Itamaracá para o Carandá Bosque.

No ano passado, por exemplo, a Agereg (Agência Municipal de Regulação) já indicava tarifa de R$ 5,15 e estima-se que esse valor já tenha superado os R$ 6. O valor pago pelos usuários atualmente é de R$ 4,40. Há duas semanas, novos cálculos da agência indicavam que o valor ideal de passagem seria de R$ 5,98, diante do aumento no óleo diesel, principalmente. Atualmente, esse valor já passaria de R$ 6,00 e chegaria a até R$ 6,13.

Aos 19 anos, Geovana Vitória Ferreira, auxiliar de cozinha, também depende do transporte coletivo todos os dias e ficou indignada ao saber do possível aumento. "Não dá pra andar mais de ônibus. Um absurdo, vai ser o preço da gasolina. No serviço não ganho passe, compro do meu bolso, vou trabalhar só para andar de ônibus. Não tem condição", falou a jovem, que mora no Bairro Rouxinóis e vai para a Chácara Cachoeira.

Ônibus voltaram a circular normalmente depois de 24h de paralisação. (Foto: Henrique Kawaminami)
Ônibus voltaram a circular normalmente depois de 24h de paralisação. (Foto: Henrique Kawaminami)

Para a auxiliar de cordeação, Ane Souza, de 20 anos o aumento é inviável. "Está sendo desproporcional com nosso salário", disse ela, que ontem chegou atrasada no serviço por causa da greve dos motoristas. "Quando vi que não ia ter ônibus, usei o aplicativo. Cheguei atrasada, ainda bem que a empresa entendeu. Paguei 14 reais pra chegar no serviço, normalmente é menos", finalizou Ane.

A decisão pelo fim da paralisação, saiu em reunião realizada nesta noite entre o STTCU (Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande), Consórcio Guaicurus e a Justiça do Trabalho. Como condição pelo fim do protesto, ficou decidido que os 40% do adiantamento salarial dos funcionários do Consórcio, que deveria ter sido pago no dia 20 de junho, será efetuado na próxima terça-feira, dia 28.

Resultado da enquete do Campo Grande News apontou que 55% foram afetados pela paralisação do transporte coletivo na terça-feira. Nas redes sociais, os leitores relatam que se sentiram prejudicados. “Cheguei no terminal e fui pega de surpresa, sou ou a favor dos motoristas, mas acho que a população devia ter sido avisada antes pra se organizar”, opinou Cleuza Amorim. “Sou a favor dos motoristas, mas a população devia ter sido avisada para se organizar”, escreveu Dayane Dias Lopes.

Na manhã de terça, os aplicativos registraram preços três vezes maior que o habitual. “Paguei uber, caríssimo”, relatou Odila Nunes. “Afetou meu bolso pra ir trabalhar”, expressou Junior Sanchez. “Eu e muitos outros trabalhadores fomos afetados. E o pior que os aplicativos de uber sobem os valores das corridas em preços absurdos”, opinou Keila Servim.

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