Corregedoria da PRF espera por perícia antes de decidir futuro de atirador
Órgão vai acompanhar trabalho da perícia da polícia de Campo Grande e colher novos depoimentos dos envolvidos antes de decidir abertura ou não de processo de expulsão de Ricardo Moon
A Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal (PRF) quer ter acesso ao resultado dos laudos feitos pela perícia da Polícia Civil de Campo Grande antes de decidir se abre ou não processo de expulsão de Ricardo Hyun Su Moon, 46 anos, indiciado em flagrante no último sábado (31) pelo assassinato do empresário Adriano Correia do Nascimento, 33, após briga de trânsito na avenida Ernesto Geisel. A informação é de integrantes do órgão em Brasília (DF).
Apesar do indiciamento da Polícia Civil, a Justiça negou neste domingo (1) o pedido de prisão preventiva por 30 dias e concedeu a Moon o direito de responder o processo em liberdade baseado na sua falta de antecedentes e bom comportamento.
Em seu depoimento, o agente alegou que atirou contra a Hylux do empresário após ele resistir a uma abordagem, tentar lhe atropelar e supostamente estar com algo igual a uma arma dentro do carro. Moon atirou nove vezes. Além de Nascimento, atingido quatro vezes, um adolescente de 17 anos que festejava seu aniversário foi baleado duas vezes nas pernas. Seu pai, de 48, seguia internado com o braço esquerdo quebrado e escoriações pelo corpo.
Segundo apurou o Campo Grande News, o policial estava em sua Pajero prata seguindo para a rodoviária, onde embarcaria para Corumbá (a 419km de Campo Grande), onde trabalha desde fevereiro do ano passado. Até então, foi investigador da Polícia Civil no interior de São Paulo por cerca de três anos.
O procedimento disciplinar aberto para investigar a conduta de Moon tomou decisões consideradas de praxe até agora: recolheu sua arma de trabalho, usada para efetuar os disparos, para fazer análises de balística e o afastou do trabalho habitual diário. Liberado da prisão, ele deve ser ouvido formalmente pela Corregedoria nas próximas semanas. Não há prazo estabelecido para a decisão do órgão, que também conversará com os sobreviventes.
A Polícia Civil não vai se manifestar sobre a liberação por parte da Justiça do agente. Segundo investigadores do 1º DP (Centro), responsável pelo caso, a apuração do inquérito segue e provas fornecidas pela perícia serão incluídas no processo.