De olho em mercado promissor, novos aplicativos chegam para enfrentar Uber
Plataformas digitais que oferecem serviço de transporte já estão compondo rede de motoristas para iniciar operação na cidade.
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Considerado forte para o setor, o mercado de serviços de caronas pagas em Campo Grande está chamando atenção de novas plataformas semelhantes à Uber, que desembarcou na cidade em setembro do ano passado.
Pelo menos 3 grandes empresas, que atuam em movimentados centros urbanos do mundo, já estão se articulando para iniciar a operação na Capital, o que promete acirrar ainda mais a concorrência por aqui, onde a presença do aplicativo mais 'famoso' já gerou reações de taxistas, mototaxistas e Poder Público.
Pelo jeito, essas novas empresas estão literalmente pegando "carona" no caminho aberto pela Uber para abocanhar a clientela campo-grandense. Isto inclui o oferecimento de planos e modelos vantajosos para migração de motoristas e usuários.
Ainda não há data para que as plataformas comecem a atuar na cidade, mas elas já estão causando rebuliço no mercado. Uma delas é a americana 4move.
“O aplicativo aceita motoristas particulares e taxistas e trabalha com o marketing de recompensa, que oferece vantagens por meio de pontuação a cada viagem ou cadastro ligado à rede de contato e indicações”, explica Flávio Ferreira, 44 anos, que atualmente é motorista ligado ao Uber, mas já se cadastrou na 4move.
A plataforma começou a ser montada em São Paulo, onde será oficialmente lançada em 25 de abril. De lá, indicaram 4 pessoas em Campo Grande, conhecidas como upline ou pilares, para montar a rede e ampliar os cadastros.
"Para que a 4move passe a operar na cidade, a meta estipulada é cerca de 1.300 cadastros de motoristas. Atualmente, já são mais de 500 profissionais registrados, sendo 50 taxistas", calcula Flávio, que é um desses upline e já conta com aproximadamente 240 colegas cadastrados.
Outra empresa que já está rondando motoristas e passageiros na Capital é a espanhola Cabify, que funciona em Portugal e muitos países da América Latina. No Brasil, circula por São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre.
A Cabify, concorrente direto da Uber, segue o mesmo padrão dos outros aplicativos de transporte particular, com cadastro, marcação dos pontos de partida e destino, e requisição de veículos disponíveis. No final, o valor cobrado é debitado automaticamente e motorista e passageiro avaliam mutuamente a experiência.
Também são chamariz a definição do valor feita antes da corrida, independente da rota, e que a empresa só aceita pagamentos por cartão de crédito, sem dinheiro, - o que muitos acreditam trazer segurança a motoristas e passageiros.
A proposta do preço fixo também está sendo oferecida pela K-rona Gold, que começou a operar em todo o estado na quinta-feira (6). Contempla motoristas particulares e taxistas, com taxa fixa de R$ 270 para profissionais. Em Campo Grande já são mais de 2 mil passageiros cadastrados, e uma média de 50 motoristas.
É preciso renovar e oferecer vantagens - De acordo com motoristas que oferecem serviço por meio de aplicativos, o diferencial dessas três novas plataformas é a inexistência da chamada tarifa dinâmica. O passageiro paga as corridas somente por quilômetro, ou seja, o tempo fica fora da equação.
Sendo assim, ao pegar trânsito ou engarrafamento, o usuário não paga pelos minutos que permanecer parado, como acontece com o Uber, por exemplo, que regula os valores considerando o padrão de oferta e procura.
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Alguns outros aplicativos já realizavam operações em Campo Grande desde 2015, quando a cidade foi, inclusive, uma das primeiras do Brasil a oferecer o serviço digital.
As empresas 99Taxi e Easy Táxi começaram a atuar na cidade englobando exclusivamente taxistas e não apresentavam muitas novidades no modelo de negócio tradicional: sistema traz a relação dos taxistas cadastrados, o usuário aciona o mais próximo, e o profissional aceita fazer a viagem.
Porém, aos poucos, cada vez menos usuários estão optando por esses serviços, mesmo as empresas tendo feito upgrades e até troca de nomes. Agora, são chamadas de 99Motorista e Easy Motorista, por contemplar também essa categoria.
"As novas empresas estão vivendo um cenário de incerteza política, por conta de movimentações na Câmara e Senado, mas logo deverão investir para ingressar o quanto antes no mercado", acredita Wellignton Dias, presidente da AMU (Associação de Motoristas de Aplicativo de Mobilidade Urbana).
"A Uber foi pioneira nos serviços digitais, e abriu uma gama de possibilidades para que a concorrência seja cada vez mais saudável. Ganha motorista e usuário, que optam pela plataforma mais vantajosa, com melhores condições a todos. Os aplicativos têm que mexer e renovar para não ficar obsoletos", acredita.
"Não tem como saturar o mercado porque motoristas estão sendo cadastrados em vários aplicativos, pois já possuem o veículo. Enquanto uma plataforma é utilizada, desliga as outras. Esta está sendo a orientação", comenta.