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Capital

De pedaço de cama a concreto, Rio Anhanduí é tomado pelo lixo

Vizinhos dizem que moradores de barracos descartam resíduos

Idaicy Solano e Mariely Barros | 03/05/2023 13:00
Quantidade expressiva de lixo preocupa moradores. (Foto: Mariely Barros)
Quantidade expressiva de lixo preocupa moradores. (Foto: Mariely Barros)

Moradores do Bairro Aero Rancho reclamam da sujeira às margens do Rio Anhanduí, na Avenida Thyrson de Almeida, na Capital. Segundo relatos, pessoas que vivem no local descartam lixo. A falta de higiene e mato alto preocupam moradores. Nos barracos, que estão localizados ao lado de uma passarela, a reportagem observou diversas peças de roupas, camas, pufes e um pedaço de concreto utilizado como tábua.

O comerciante Ivan Dias, 50 anos, relata que já viu alguns homens passarem pelo local com carrinhos cheios de itens de reciclagem para despejar na beira do rio, onde os barracos estão instalados. De acordo com Ivan, eles dormem nos barracos e, durante o dia, saem para pedir comida: "Aqui na região, eu nunca vi distribuição de marmita, mas o pessoal deve dar pra eles porque eles pedem, por isso tem esse monte de marmitex ali jogado".

A preocupação de Ivan é em relação à falta limpeza do local, que reflete em todos os moradores da região, além de poluir o rio. Segundo relato, o local está abandonado, abarrotado de lixo e com o mato alto. "Ninguém passa aqui para tirar esse mato, é um descaso. Às vezes, eu estou aqui no comércio e vem gente me pedindo ajuda pra poder atravessar a passarela, porque está com medo”.

Barracos de lona estão montados ao lado de passarela. (Foto: Mariely Barros)
Barracos de lona estão montados ao lado de passarela. (Foto: Mariely Barros)

O professor Gustavo Luges, 24 anos, mora na região há 14 anos e relata que também já flagrou os homens jogando lixo no local. "No começo, eu nem reparava no lixo, mas ele só foi aumentando". O professor conta que sua casa já foi infestada por escorpiões e baratas e acredita que o motivo seja o mato alto e o lixo acumulado na beira do córrego.

A Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), informou que este é um dos pontos mais críticos de descarte irregular, entre o trecho em frente ao Shopping Norte Sul até a Rua dos Laticínios. "Já foram feitas duas limpezas este ano e é o tempo de a gente tirar o lixo e a população voltar a colocar" afirma Enéas José de Carvalho Netto, secretário-adjunto da Sisep.

O secretário ainda ressalta que existem Ecopontos em regiões da cidade, onde o descarte pode ser feito. "Vamos continuar a gastar dinheiro do contribuinte pela falta de educação das pessoas. É crime ambiental, mas o descarte é feito em horário de difícil flagrante". Além disso o secretário destaca que qualquer ação no local tem de ser acompanhada pela assistência social, por conta da ocupação de pessoas embaixo do pontilhão.

*Matéria atualizada às 16h30 para acréscimo de resposta da Sisep

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