Envolvido em explosão de banco, sobrinho de tio Arantes é preso com droga
No dia 11 de outubro, o grupo explodiu dois caixas eletrônicos dentro do parque de exposições Laucídio Coelho
A Polícia Militar prendeu Ítalo de Moraes, de 19 anos, um dos envolvidos na explosão dos caixas eletrônicos do Banco do Brasil, dentro do Parque de Exposições Laucídio Coelho, no dia 11 de outubro do ano passado. O suspeito é sobrinho de José Cláudio Arantes, o Tio Arantes, um dos principais integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital).
Ítalo é considerado pela polícia o terceiro hierarquia da quadrilha responsável pelo furto de pouco mais de R$ 118 mil. Segundo investigações do Garras (Delegacia Especialista de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros), Tio Arantes era o líder do grupo.
Todas as ordens para o crime partiam dele e de Adailton Bezerra Cavalcante, o “Velho”, ambos considerados chefes da facção paulista em Mato Grosso do Sul. O sobrinho de Arantes fazia o contato entre o tio e o resto do grupo e também era o responsável pelo apoio logístico aos outros criminosos envolvidos do roubo.
Para isso, ele contava com ajuda da esposa, Carolina Gonçalves da Silva, a “Carol”, Gabriel da Silva Paim, vulgo “Senhor das Armas”, Rivael Cardoso Alvez, conhecido como “Riva” e Willyan Leal de Souza, o “Magrelo ou PCC”. Na época, integrantes de uma quadrilha especializada no roubo a bancos veio de São Paulo para participar a explosão dos caixas.
A prisão - Ítalo foi preso em flagrante na terça-feira (11). Segundo o boletim de ocorrência, policiais do 9º Batalhão da Polícia Militar faziam ronda na região norte de Campo Grande quando avistaram um Onix laranja, mesmo veículo apontado em denúncias como usado por traficantes para abastecer bocas de fumo.
O veículo foi parado e os quatro ocupantes revistados pelos policiais. Porções de maconha foram encontradas no carro e também com um dos suspeitos, identificado como Carlos Henrique Espindola Nunes, de 19 anos.
Os outros envolvidos foram identificados como Adriely Linhares da Silva, de 18 anos, Pedro Luciano Ratier Maida, de 41 anos e Murilo Correia da Silva, esse com um documento do Paraná. Desconfiados de falsificação, os policiais questionaram o suspeito e descobriram que Murilo na verdade era Ítalo.
Ele confessou ter comprado o documento falso por R$ 1,2 mil em Curitiba, justamente porque estava foragido da justiça. Os policiais então constataram que Ítalo tinha uma mandado de prisão pela explosão dos caixas eletrônicos do Parque de Exposições Laucídio Coelho e entraram em contato com o Garras, que confirmaram a identificação do suspeito.
Na delegacia, Carlos confessou estar vendendo drogas a pedido de Ítalo, que seria o chefe da quadrilha. Os quatro suspeitos foram presos em flagrante e passaram por audiência de custódia nesta quinta-feira (13). Todos tiveram a prisão preventiva decretada pelo juiz. O caso é investigado como associação criminosa e tráfico de drogas.
Ação - No dia 11 de outubro, pelo menos seis ladrões fortemente armados invadiram o parque, renderam os dois seguranças do local e explodiram os terminais eletrônicos. Para isso, os suspeitos usaram explosivos improvisados, feitos a partir de pólvora compactada, que causa menos danos às cédulas.
Segundo a investigação da polícia, os dois caixas estavam abastecidos, um com R$ 94.390,00 e o outro com R$ 63.700,00. Todo o valor foi roubado pelo grupo, que só não contava que durante a fuga seriam flagrados por policiais militares que ouviram as explosões e resolveram verificar o que acontecia.
Um troca de tiros aconteceu nas ruas em torno do parque, mas ainda assim a quadrilha conseguiu escapar, abandonando um Volkswagen Golf usado no crime para trás. No veículo foram apreendidos R$ 39.370,00. Ao todo, a polícia calcula que a quadrilha tenha levado pouco mais de R$ 118 mil.