Filho de massoterapeuta vai a julgamento em junho por ocultar corpo de chargista
João Victor Azevedo ajudou a mãe a ocultar o corpo de Marco Antônio Borges, morto por ela, em novembro de 2020
O pedreiro João Victor Silvestre de Azevedo, 22 anos, será levado a julgamento em junho deste ano pela ocultação de cadáver do chargista Marco Antônio Borges, assassinado no dia 21 de novembro de 2020. A mãe do réu, Clarice Silvestre de Azevedo, ainda será julgada pelo homicídio qualificado.
João Victor será julgado no dia 2 de junho, às 8h, pela 1ª Vara do Tribunal do Júri. Ele foi denunciado pelo crime previsto no artigo 211 do Código Penal (destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele), com pena prevista de um a três anos de prisão e pagamento de multa.
No despacho publicado hoje no Diário da Justiça, não consta o nome de Clarice, o que pode indicar que o julgamento dela foi desmembrado do processo do filho. A ação tramita em segredo de Justiça. No dia 29 de outubro de 2021, a Justiça havia decidido pelo júri popular contra eles.
O filho do chargista, Kelvis Borges, 26 anos, disse que sentia pela avó, mãe de Marcos, não estar presente para acompanhar os desdobramentos jurídicos do caso. Diagnosticada com câncer em 2021, Natalina Borges morreu no dia 25 de abril deste ano
“Ela morreu e não viu essa mulher sendo julgada”, lamentou Kelvis. A referência é sobre a massoterapeuta Clarice Silvestre de Azevedo, denunciada pela morte de Marco Antônio. O rapaz disse que procuraram poupar Natalina dos detalhes da morte do filho, mas ela ficou sabendo das circunstâncias. "Ela baqueou muito, acho que foi mais psicológico."
Clarice responde por homicídio qualificado (por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima), além da ocultação e destruição de cadáver. Ela foi presa no dia 24 de novembro de 2020, quatro dias depois do crime, quando se entregou à polícia de São Gabriel do Oeste.
Em depoimento prestado à DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios), responsável pela investigação, Clarice confessou o crime, mas alegou que havia reagido ao tapa desferido pelo chargista, com quem mantinha relacionamento amoroso.
Depois, pediu ajuda ao filho, João Vitor Silvestre de Azevedo, 21 anos, para esquartejar o corpo que foi colocado em uma mala e levado a um terreno, no Jardim Corcovado, onde foi queimado.
Clarice foi submetida a exame de insanidade mental, pedido pela defesa da massagista, alegando que a ré teve episódios de depressão e tentativas de suicídio ao longo da vida, situações que poderiam justificar as ações e, em grau elevado, torná-la inimputável, ou semi-imputável, ou seja, sem condições totais ou parciais de entender o caráter criminoso do ato. Porém, o resultado atestou que ela era perfeitamente capaz de compreender o crime cometido.