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Capital

Fim de rotatória e abertura de canteiros são opções para desafogar trânsito

Com frota de 647,3 mil veículos em Campo Grande, Agetran busca reduzir infrações e risco de acidentes

Por Cassia Modena | 30/10/2023 11:55
Agetran estuda abrir passagem para veículos no canteiro da Avenida Ministro João Arinos (Foto: Arquivo/Juliano Almeida)
Agetran estuda abrir passagem para veículos no canteiro da Avenida Ministro João Arinos (Foto: Arquivo/Juliano Almeida)

Campo Grande hoje tem frota de 0,7 veículos por habitante. Próxima de 1 por pessoa, a média é alta e tem exigido intervenções mais amplas no trânsito da Capital, além de busca de recursos no Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do Governo Federal para obras que incentivem a opção por transportes alternativos ao carro e à moto.

Readequar o trânsito próximo às rotatórias de regiões com grande fluxo de veículos e pessoas é uma das principais ações nesse sentido. É o que foi feito este ano na Avenida Três Barras, por exemplo, inclusive com a extinção daquela rotatória.

Outra é a abertura de passagens para veículos fazerem conversão nos canteiros das avenidas largas que ligam uma região à outra da Capital. Aliado a isso, semáforos são instalados nesses trechos.

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Ao Campo Grande News, a diretora-adjunta da Agetran (Agência Municipal de Trânsito), Andrea Figueiredo, explicou que as intervenções no trânsito buscam evitar filas de veículos, acidentes de trânsito e permitir a travessia de pedestres em pontos mais críticos.

Ela acrescenta que medidas são estudadas para criar novas rotas na Capital e reduzir o fluxo nas avenidas principais. "É para tirar as pessoas daquelas mesmas vias onde elas mais circulam. As Avenidas Afonso Pena e Mato Grosso são duas e também há as perpendiculares, como a Marquês de Lavradio e a Rua Ceará. Existem outras vias paralelas ao longo da cidade, onde se pode transitar de norte a sul da Capital sem necessariamente passar pelas principais, que ficam sobrecarregadas e às vezes não têm largura o suficiente para absorver todo o fluxo", detalha.

Ainda quanto às intervenções nas vias com rotatórias, Andrea cita as próximas regiões com previsão de serem atendidas: a Avenida Euler de Azevedo com a Avenida Tamandaré; de novo a Euler de Azevedo com a Avenida Ernesto Geisel; e a Avenida Ricardo Brandão com a Rua Jeribá, além de seu encontro com a Rua Raul Pires Barbosa.

Andrea Figueiredo é arquiteta e urbanista, especialista em trânsito (Foto: Cassia Modena)
Andrea Figueiredo é arquiteta e urbanista, especialista em trânsito (Foto: Cassia Modena)

Diferente do que foi feito na Avenida Três Barras, os endereços mencionados poderão ter as impopulares rotatórias mantidas. "Elas são extremamente importantes porque deixam 'todo mundo' fazer todos os movimentos num cruzamento. Quando nós não removemos a rotatória, é justamente porque é necessário somente uma adequação para que se consiga fazer todos os movimentos para direita e para esquerda", justifica.

Quanto às vias onde serão criadas intersecções nos canteiros para passagem, ela fala da Avenida Ministro João Arinos, a Avenida Consul Assaf Trad e a Avenida Gury Marques. As intervenções necessitam de autorização do órgão de trânsito e estão na fase de estudos.

Bicicletas e ônibus - Como alternativa, a adjunta afirmou que melhorias na estrutura viária para o transporte coletivo e o uso de bicicletas estão em curso. Exemplos são os corredores de ônibus da Avenida Rui Barbosa e da Rua Brilhante, que estão prontos e em uso, assim como a extensão de ciclovias.

Há corredores de ônibus inacabados, no entanto, como o da Avenida Bandeirantes. Andrea adianta que a Prefeitura cogita pleitear recursos no Novo PAC para terminar essas obras. Elas foram iniciadas em 2012, com recursos também do PAC, "só que foram cortados, por isso, elas foram interrompidas", afirma.

Ônibus transita em corredor da Rua Rui Barbosa (Foto: Arquivo/Paulo Francis)
Ônibus transita em corredor da Rua Rui Barbosa (Foto: Arquivo/Paulo Francis)

Projeto mais substancial para apresentar ao Governo Federal até agora, segundo a adjunta, é o que quer melhorar o último quilômetro e meio do trajeto dos passageiros. "Eles fazem toda a integração e daí entram nos terminais de forma superdinâmica, mas quando têm que pegar o último ônibus e irem para casa, é onde demora um pouco mais. A gente estuda formas de reduzir esse tempo e dar mais conforto [na última etapa do trajeto]", explica.

Já reclamações e demandas constantes entre quem depende do transporte coletivo, como a precariedade dos terminais e a necessidade de instalar ar-condicionado nos veículos do transporte coletivo, ela afirma que são inviáveis de se satisfazer completamente. A primeira é por causa do vandalismo, que é diário nos locais de transbordo e mascara os investimentos em reformas. A segunda é porque os equipamentos de climatização fazem os veículos "perderem a força", resultando em demora nos trajetos. "Podemos valorizar outras coisas, como a Capital ter 100% da frota adaptada para uso de pessoas com deficiência, por exemplo", rebate.

Poderá entrar também no Novo PAC mais uma extensão da malha cicloviária e a interligação entre trechos, para incentivar o uso da bicicleta. Campo Grande tem 105 quilômetros de ciclovia, segundo dados da Agetran.

Fora o que cabe ao poder público, Andrea destaca o que depende da consciência individual:

Precisamos trazer a inversão dos valores das pessoas. Não é que vamos deixar de usar os veículos individuais. Nós temos que ter consciência de quando. Não precisamos quando vamos à padaria que for praticamente na esquina de casa. A gente tem que aprender a utilizar uma bicicleta e andar a pé. Moradores também precisam melhorar suas calçadas, com acessibilidade e arborização, esta que é superimportante para que a gente tenha um conforto térmico para caminhar a pé. Está tudo interligado. A construção não é só do poder público, ela é conjunta da sociedade civil e do poder público, com cada um tendo sua responsabilidade", finaliza.

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