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Capital

Golpista apela para mãe de vítima, pedindo Pix de R$ 1.479

Mas, desta vez, a família foi mais esperta e não perdeu dinheiro

Clayton Neves | 07/06/2022 17:09
Print de conversa entre golpista e a mãe da vítima. (Foto: Direto das Ruas)
Print de conversa entre golpista e a mãe da vítima. (Foto: Direto das Ruas)

“Oi mãe, adiciona aí meu número novo”. De um jeito bem íntimo, golpista nem fez questão de clonar celular para investir contra mais uma vítima em Campo Grande. Na tarde desta terça-feira (7), de um número completamente diferente, bandido tentou abocanhar R$ 1.479,00 da família de um engenheiro.

Para convencer as pessoas pelo Whatsapp, o golpista elaborou uma história longa. Disse que quebrou a tela do celular e por isso teve de pegar um emprestado. “Pessoal da assistência técnica me deu prazo de 3 dias para ficar pronto e me emprestaram esse aparelho provisório para usar enquanto aguardo ficar pronto! (sic)”.

Durante a conversa, a mãe da vítima ainda pergunta: “Porque você não usa o mesmo chip?”. Mas o bandido justifica: “Danificou o chip. Depois vou na minha operadora ver se eu consigo pegar o mesmo número”.

Após muitos argumentos sobre a mudança de número, o golpista joga a isca: “Estou tentando realizar um pagamento, mais não estou conseguindo completar a operação pelo meu aplicativo está dando token, não validado e tenho que fazer um pagamento agora de 1.479,00 reais. Tem como você fazer para mim? Amanhã sem falta te mando de volta! (sic)”

A mãe desconfia e pede para fazer a transação pessoalmente. “Manda sua localização. Vou levar aí. Acabei de sair do banco. Tô com o dinheiro na bolsa (sic).”

Percebendo que não iria levar vantagem desta vez, o bandido desiste do golpe e encerra a conversa de forma debochada, enviando uma figurinha do ator Wagner Moura na pele do traficante Pablo Escobar, em série da Netflix.

A experiência policial mostra que, na maioria das vezes, esse tipo de golpe é praticado de dentro de presídios de todo o Brasil. O diretor de comunicação da Polícia Civil, delegado Wellington de Oliveira lembra que esses golpes são bem engendrados e os estelionatários tem muito tempo para pensar na engenharia social do golpe. "Eles se especializam em uma modalidade, estudam isso e vão adquirindo experiência praticando" diz.

O delegado lembra que os bandidos sempre inovam e, ultimamente, têm usado até emprego para aplicar golpes. "Eles sabem que para quem está desempregado e precisa de dinheiro, uma oferta boa de emprego é interessante, por exemplo. Ou que um familiar não vai negar um pedido de um parente que pede socorro por estar com o carro quebrado ou porque não consegue fazer um depósito".

A polícia reforça que, na maioria dos casos, esses bandidos usam a boa fé das pessoas, por isso é preciso atenção. "Sempre vai existir alguém disposto a ajudar. Mas, se a pessoa ficar um pouco atenta e não der ouvidos a esses estelionatários ou a qualquer um que chegue aleatoriamente para conversar em um ambiente virtual, a chance de golpe acaba".

Em outras modalidades, como compras pela internet, a dica é sempre desconfiar de produtos muito baratos. "A recomendação de sempre é não acreditar em nada que seja muito fácil, porque não existem essas facilitações de coisas por metade do preço, por exemplo. A regra do jogo é exigir documentação, comprovante de propriedade e não pagar nada antecipado".

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