Greve causa prejuízos e pode estender aulas até janeiro, prevê secretária
A Semed (Secretaria Municipal de Ensino) prevê que, com a continuidade da greve dos professores da Rede Municipal, iniciada nesta quinta-feira (6), cerca de 94 mil alunos serão prejudicados pela falta de aulas. Devido ao calendário de reposição, o ano letivo poderá se estender até o fim de janeiro e os alunos terão as férias “encurtadas”.
Segundo a secretária municipal de Educação, Ângela Maria de Brito, as aulas que eventualmente foram “perdidas” em decorrência da greve deverão ser repostas no sábado. Porém, até dezembro, mês previsto para o termino do ano letivo 2014, restam apenas quatro datas disponíveis. Caso a greve se estenda e ultrapasse esse número, os estudantes terão que repor as aulas a partir de janeiro.
“Infelizmente, os alunos são os mais prejudicados. Além de terem que repor as aulas, essa quebra na continuidade do ensino prejudica no próprio aprendizado. Além disso, eles vão acabar ficando sem férias”, ponderou.
De acordo com a secretária, por lei, é necessário que o ano letivo tenha uma carga horária de 200 horas.
“Hoje estamos com mais ou menos 164 horas de ano letivo. E por lei, não podemos terminar o ano antes disso”, disse.
Ângela ressaltou que o prefeito Gilmar Olarte (PP) “está fazendo o possível e o impossível”, em busca de recursos para arcar com a segunda parcela referente ao reajuste salarial da categoria que representa 8,46%.
“O prefeito nunca disse que não quer pagar, pelo contrario, ele está fazendo todos os esforços para arcar com isso. Por isso, estamos pedindo a paciência da classe, até para que os alunos não fiquem prejudicados”, disse.
Segundo ela, Olarte está em São Paulo nesta quinta-feira, para buscar recursos junto à iniciativa privada.
O prefeito havia dito ao Campo Grande News que era preciso ter equilíbrio para pagar os professores e não fazer promessas que não poderia cumprir.
“Hoje somente a diferença do reajuste dos professores representa R$ 18 milhões entre pagamentos, 13º e férias até janeiro. “Vamos cumprir a lei, mas é preciso equilíbrio para manter também a máquina pública funcionando. Não adianta falar que vai pagar e no dia de depositar faltar dinheiro”, disse Olarte.
Reajuste - O reajuste para os professores terá impacto de R$ 3,3 milhões na folha de pagamento, ampliando o comprometimento da prefeitura com gastos de pessoal de 48,7% para 49,21%.
A categoria cobra o reajuste de 8,46%, que vai elevar a remuneração por 20 horas ao piso nacional. De acordo com a ACP, a remuneração inicial vai passar de R$ 1.564 para R$ 1.697 (100% do piso nacional). Já quem está acima na estrutura de carreira terá o salário aumentado de R$ 2.347 para R$ 2.546.