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Capital

Grevistas ignoram decisão da Justiça e mantêm estudantes sem aula na Capital

Desembargador do Tribunal de Justiça determinou que a greve acabasse imediatamente

Izabela Cavalcanti e Bruna Marques | 07/12/2022 07:39
Mãe indo levar o filho na Escola Municipal Professora Oliva Enciso (Foto: Henrique Kawaminami)
Mãe indo levar o filho na Escola Municipal Professora Oliva Enciso (Foto: Henrique Kawaminami)

Após a decisão da Justiça em pôr fim a greve dos professores, os grevistas ainda não voltaram para as salas de aula. Nesta quarta-feira (7), a ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública) está realizando assembleia geral para definir o que será feito.

Na tarde de ontem (6), o desembargador do TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), Sérgio Fernandes Martins, determinou que greve dos professores acabasse imediatamente sob risco de multa diária no valor de R$ 50 mil.

Na Escola Professora Municipal Oliva Enciso, alguns alunos estão tendo aula, o que demonstra que a greve ocorreu de forma parcial.

A diarista Michelly da Silva Melo, de 38 anos, contou que a filha está tendo aula todos os dias, até as 11h, de Língua Portuguesa, Matemática, História e Geografia.

“A professora me ligou na época que começou a greve e falou que não iria aderir e que era para trazer meu filho, do 3° ano”, explica.

Michelly diz que discorda da situação após ter que ficar sem levar os filhos para a escola devido à pandemia.

Michelly discorda da situação após ter que ficar sem levar os filhos na escola devido a pandemia (Foto: Henrique Kawaminami) 
Michelly discorda da situação após ter que ficar sem levar os filhos na escola devido a pandemia (Foto: Henrique Kawaminami)

“Bom não é, pois eles já ficaram dois anos na pandemia sem vir para escola. Já meu filho do 6° ano não está vindo porque não está tendo aula para ele. Mas eu também entendo que os professores tem direito de lutar pelo salário, mas não é legal eles pararem no final do ano”, ressalta.

Sem aula, o filho mais velho precisa ficar em casa sozinho. “A gente não sabe o que está fazendo, se está comendo direito. Fica na rua, não quer fazer atividade, então a greve atrapalha em várias coisas”, conclui.

Já o gerente de informática, Emerson Santos Souza, de 46 anos, contou que a filha, do 7° ano, está tendo aula das 7h às 9h.

“Complicado esse horário, porque quem que vem buscar? É horário de serviço, expediente.  Quando é aula normal, minha esposa busca 11 horas, só 1 hora de aula atrapalha a rotina. Eu acho essa greve burra e besta que poderia ser evitada. Dois anos de pandemia com as crianças em casa e agora essa greve. A prefeita não está pensando e isso poderia ser evitado”, lamenta.

Entenda - A ACP alega que desde março tem tido tratativas com a prefeita Adriane Lopes (Patriota) para o reajuste salarial em 10,39%, para ser aplicado na folha de pagamento já do mês de novembro.

No dia 31 de outubro foi protocolado pelo sindicato o Ofício n° 244 cobrando um posicionamento da prefeita. Após 20 dias sem respostas, a categoria paralisou e fez ato em frente à prefeitura.

No dia 29 de novembro, a prefeitura apresentou proposta, oferecendo 4,78% e auxílio alimentação de R$ 400. Não sendo aceito, a categoria decidiu iniciar a greve no dia 2 a 9 de dezembro.

No primeiro dia, os professores fizeram uma passeata pelo Centro de Campo Grande até a prefeitura. Na segunda-feira (5), segundo dia, eles se concentraram diretamente no órgão municipal.

Já nessa terça-feira (6), terceiro dia, fizeram ato na Câmara Municipal de Campo Grande para cobrar um posicionamento dos vereadores. Nesta quarta-feira, quarto dia, estão realizando assembleia para definir o que será feito.

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