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Capital

Guarda que matou 2 monitorava testemunhas antes de se entregar

Valtenir Pereira da Silva poderá ser condenado a 60 anos de prisão por homicídio qualificado e tentativa de homicídio

Maressa Mendonça e Clayton Neves | 13/03/2020 12:48
Guarda municipal chega na delegacia (Foto: Henrique Kawaminami)
Guarda municipal chega na delegacia (Foto: Henrique Kawaminami)

O guarda municipal Valtenir Pereira da Silva, de 35 anos, preso após matar a ex-namorada Maxelline da Silva dos Santos, 28 anos, e Steferson Batista de Souza, dono da casa onde ela participava de churrasco, monitorava as testemunhas que poderiam prestar depoimentos à polícia durante os dias em que esteve foragido. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (13) durante coletiva de imprensa na Deam ( Especializada de Atendimento à Mulher).

Conforme a delegada Sueyli Rocha, a polícia não acredita na versão apresentada pelo guarda de ter usado o estacionamento do Hospital Regional como esconderijo antes de se entregar. As investigações apontam que ele estava escondido na casa de parentes no bairro Aero Rancho e, durante este período, monitorava possíveis testemunhas do caso.

As investigações indicaram ainda a intenção do guarda em executar outra amiga da vítima. Isto porque logo após o crime ele foi até as proximidades de uma igreja frequentada por esta outra jovem.

Dinâmica do crime - Conforme a delegada, durante a discussão com a ex-namorada o guarda sacou a arma para impedir a aproximação de Kamilla. Maxelline chegou a colocar o braço na frente e Kamilla chegou a fugir, mas foi baleada durante a fuga.

Em seguida, Steferson foi verificar o que estava ocorrendo e também acabou baleado, sem chance de defesa. Por fim, o guarda matou a ex-namorada.

“Ele agiu por ódio e por vingança. Ele atirou na cabeça dela a curta distância. Não há que se falar em legítima defesa”, diz a delegada, alertando que o guarda feriu os amigos da vítima porque não gostava deles e os culpava pelo fim do relacionamento.

Condenação - O inquérito foi concluído esta semana com o indiciamento de Valtenir por homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima contra Steferson Batista de Souza.

Além disso, ele foi indiciado por homicídio triplamente qualificado no caso de Maxelline da Silva dos Santos. Isto porque agiu por motivo torpe, por meio de recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio.

Valtenir também foi indiciado por tentativa de homicídio por ter baleado a esposa de Steferson, Kamilla Telis Bispo, de 31 anos.

Delegada Sueyli Araújo Lima Rocha (Foto: Henrique Kawaminami)
Delegada Sueyli Araújo Lima Rocha (Foto: Henrique Kawaminami)
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