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Capital

Juiz declara conflito de competência e STJ decidirá onde Name fica preso

Campo Grande News apurou que, com a decisão, a transferência do empresário de volta a MS fica indefinida

Marta Ferreira | 12/12/2019 18:03
Presos da Operação Omertà chegam ao Centro de Triagem, no dia da Operação, 27 de setembro.
Presos da Operação Omertà chegam ao Centro de Triagem, no dia da Operação, 27 de setembro.

O STJ (Superior Tribunal de Justiça) vai decidir sobre a permanência, ou não, do empresário Jamil Name, 80 anos, no sistema prisional federal. Esse foi o encaminhamento dado pelo juiz Mário José Esbalqueiro Junior, da 1ª Vara da Execução Penal em Campo Grande, ao analisar conflito de competência suscitado pela promotora Paula Volpe, contrário a entendimento do juiz corregedor do presídio federal de Mossoró (RN) mandando de volta a Mato Grosso do Sul o empresário réu por chefiar grupo de extermínio alvo da Operação Omertá.

Com isso, segundo apurou a reportagem, o retorno do preso octagenário para o CT (Centro de Triagem) Anízio Lima, em Campo Grande, determinado no dia 6 de dezembro, fica suspenso. O Depen (Departamento do Sistema Penitenciário), do Ministério da Justiça, responsável pela operação, já foi comunicado de que o caso está para ser decidido pelo STJ, em razão do entendimento oposto de dois magistrados.

A autoridade de Campo Grande determinou a transferência de Name para o sistema prisional federal, ocorrida em 12 de outubro, quando veio a público plano de ataque ao delegado de Polícia Civil Fabio Peró, do Garrras (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros). Primeiro, Name e mais três presos foram para o presídio federal de segurança máxima em Campo Grande e, em datas diferentes, foram transferidos para Mossoró (RN), unidade indicada pelo Depen como a ideal para recebê-los.

O juiz do RN acatou a transferência de forma emergencial e deu prazo de 30 dias para o envido de documentação na qual se baseou para o despacho definitivo. Ele decidiu pela inclusão definitiva de Jamil Name Filho, 42 anos, e dos policiais civis Vladenilson Olmedo, o “Vlad”, 63 anos, e Márcio Cavalcanti da Silva, 60 anos, pelo prazo mínimo de um ano. Em relação a Jamil, mandou devolver para o sistema prisional de Mato Grosso do Sul, alegando que o preso é idoso e adoentado, por isso não poderia ficar num sistema tão rígido quando o de uma penitenciária federal.

O criminalista Renê Siufi defende desde o dia da prisão, 27 de setembro, que o empresário tem diabetes, hipertensão e problemas de locomoção, com necessidade de acompanhamento médico e fisioterápico cotidiano.

Trecho de relatório do Gaeco citado por promotora fala de flagrante de negociação de fuzil por funcionário de Name, dentro de presídio. (Foto: Reprodução de processo)
Trecho de relatório do Gaeco citado por promotora fala de flagrante de negociação de fuzil por funcionário de Name, dentro de presídio. (Foto: Reprodução de processo)

Incontrolável - Diante da decisão do juiz do Rio Grande do Norte, que até já solicitou vaga para Jamil Name no CT, primeiro lugar onde ele ficou preso, a promotoria atuante na Vara de Execução Penal pediu a instauração do conflito de competência.

Na peça, a promotora cita relatório do Gaeco (Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado), segundo o qual o segurança da família Name Euzébio de Jesus, também preso desde o fim de setembro, foi flagrado com seis celulares no Presídio de Trânsito e, em um deles, havia conversa negociando a compra de um fuzil AR-15.

O juiz responsável pela execução penal, em despacho de hoje, instaurou o conflito de competência e, por serem juízes de esferas diferentes, estadual e federal, a decisão cabe ao Superior Tribunal de Justiça.

Pelo levantamento que o Campo Grande News fez, o STJ suspende tanto o processo que corre na Justiça Estadual quanto o da Justiça Federal e determina um dos magistrados para adotar as providências emergenciais.

Até lá, segundo apurado, nada acontece, ou seja, Name fica no presídio federal de Mossoró, como defende o MP, sob alegação de que ele chefia organização criminosa responsável por pelo menos quatro execuções ocorridas em Campo Grande entre junho de 2018 e abril de 2019.

A reportagem tentou falar com a defesa de Jamil Name, mas a ligação não foi atendida.

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