ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, QUINTA  14    CAMPO GRANDE 28º

Capital

Justiça extingue ação contra acusado de liderar golpe alavancado em igrejas

Alvo da Operação Ouro de Ofir faleceu, mas Justiça manteve bens apreendidos

Aline dos Santos | 01/11/2021 07:38
Vídeo divulgado em agosto na internet comunicou a morte de Sidinei dos Anjos Peró, da operação SAP. (Foto: Reprodução)
Vídeo divulgado em agosto na internet comunicou a morte de Sidinei dos Anjos Peró, da operação SAP. (Foto: Reprodução)

A Justiça extinguiu ação penal contra Sidinei dos Anjos Peró, que foi alvo da Operação Ouro de Ofir e acusado de liderar golpe alavancado pela Teologia da Prosperidade.

A decisão, publicada na edição de quinta-feira (dia 28) do Diário da Justiça, informa que foi anexada prova cabal da morte do denunciado. Desta forma, foi extinta a punibilidade no processo de crime contra a economia popular, que tramita na 4ª Vara Criminal de Campo Grande.

“De outro norte, no que tange aos bens apreendidos, em que pese a extinção da punibilidade, a apreensão decorreu em face de uma organização criminosa, sendo que, o fato de a extinção de um dos acusados da organização criminosa, não implica necessariamente a restituição dos bens, pois, os bens até então apreendidos seriam da organização criminosa e não propriamente de um ou outro integrante. Logo, por ora, INDEFIRO a restituição de valores e bens apreendidos, até o julgamento da presente ação”, informa a decisão.

O processo tramita sob sigilo e não informa data ou motivo do óbito. Vídeo divulgado na internet informa que a morte de Sidinei foi em agosto. Nos comentários, muitas mensagens de pesar.

A Operação Ouro de Ofir foi realizada em novembro de 2017 pela PF (Polícia Federal).

Conforme relatório policial, a predileção por cooptar pastores evangélicos se destacava na Operação SAP, abreviação do nome Sidinei dos Anjos Peró, que chegou a ser preso na ação da PF. De acordo com a investigação, ele arregimentava pastores evangélicos, possivelmente como corretores, para vender “aportes” de sua operação a fiéis das igrejas.

Ao ser deflagrada, a Operação Ouro de Ofir apontou 25 mil vitimas em todo o País. Depois, o número quase triplicou: 60 mil enganados.

No golpe investigado pela Polícia Federal, as vítimas eram convencidas a “adiantar” um aporte (geralmente R$ 1 mil) e em troca, as pessoas teriam direito a receber mil vezes o valor antecipado.

A origem do dinheiro para pagar os investidores eram créditos de até R$ 1 trilhão relacionados com compra e venda de uma grande quantidade de ouro.

Os contratos eram, inclusive, registrados em cartório para aumentar a credibilidade. Para repatriação, 40% da altíssima soma ficaria com o governo federal, 40% doado como ajuda humanitária (reembolsando os aportes) e 20% para a família do homem apontado como líder da operação financeira Au-metal.

O nome Ouro de Ofir faz alusão a uma cidade mitológica, que produzia ouro de maior qualidade e beleza, mas nunca localizada.

Nos siga no Google Notícias