Mãe se revolta com expulsão do filho de escola por exigir atenção diferenciada
Aluno tem diagnóstico de transtorno de ansiedade generalizada e é acompanhado por psiquiatra
Mãe de um menino de 10 anos, que prefere não ser identificada, tenta há quase um mês reintegrá-lo à Escola Municipal Professor Luiz Antônio de Sá Carvalho, em Campo Grande.
Segundo ela, o filho foi expulso da escola devido ao comportamento inadequado, sem que se considerasse o diagnóstico da criança de transtorno de ansiedade generalizada.
"Ele está sofrendo demais. Não aguento vê-lo sendo rejeitado! Jogaram meu filho para fora de onde é direito dele ficar, por não se encaixar nos padrões dos alunos que a escola almeja?", pergunta, revoltada com a decisão.
Este seria o terceiro ano do menino na mesma instituição pública. "Mas o diretor e a equipe técnica decidiram expulsá-lo! Eles não gostam de criança que exigem atenção diferenciada", continua a mãe.
Ela conta que já fez de tudo para o menino retornar à escola e prefere não transferi-lo para outra, pois já está bem adaptado. Procurou o Conselho Tutelar, a Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, a Semed (Secretaria Municipal de Educação) e registrou boletim de ocorrência.
O pedido não foi atendido ainda. Enquanto isso, a criança não está frequentando a escola.
"Estou sofrendo com tudo isso, não durmo, só tenho vontade de chorar. Já fui até a escola e implorei ao diretor e à coordenadora que me ajudassem, pois eles conhecem os problemas do meu filho", desabafa.
Autolesão - Devido ao transtorno, o menino agride a si mesmo quando vive situações que, para ele, são estressantes.
A mãe afirma que as crises de autolesões voltaram a acontecer após a expulsão e culpa o responsável pela direção da escola. "É uma coisa que não fazia mais e voltou a fazer. Está regredindo por culpa do diretor que não tem preparo pedagógico para tratar crianças com esse tipo de dificuldade", diz.
Além disso, ela fez um vídeo para mostrar que o filho tem hematomas no rosto e nos braços, supostamente provocados por tentativa de contenção.
A escola tem conhecimento do laudo psiquiátrico do filho que, inclusive, era acompanhado por professora auxiliar. No boletim de ocorrência registrado, detalha que o filho mostrou o dedo do meio para a profissional um dia antes da expulsão.
Ela tentou remediar a decisão conversando com a direção da escola e informando que a criança está sendo atendida por psiquiatra, não sendo recomendado que sofra mudanças bruscas.
O que diz a secretaria - Procurada pela reportagem para se manifestar em nome da escola, a Semed informou via assessoria de imprensa que não irá compartilhar detalhes sobre o procedimento interno referente ao caso, por ter como princípio preservar informações confidenciais dos alunos.
Em nota, garante que agiu em conformidade com o regimento escolar, sendo todas as medidas tomadas registradas em ata pelo órgão.