Magistrado manda boate mostrar consumo de morto por ‘Coreia’ e marca audiências
Testemunhas serão ouvidas em abril
O juiz Carlos Alberto Garcete, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, determinou que o dono da boate Non Stop, onde Adriano Correia do Nascimento, 32 anos, estava antes de ser morto pelo policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon, 47 anos, apresente as notas de consumo em nome da vítima dos últimos doze meses. O despacho foi feito no fim da tarde desta quinta-feira (16).
O magistrado ainda não analisou o novo pedido de prisão contra Moon, mais conhecido na PRF como “Coreia”, feito pelo MPE (Ministério Público Estadual). Mas, Garcete marcou já marcou as audiências das testemunhas de defesa e acusação no processo por homicídio doloso contra o policial.
A determinação para o dono da boate atende a pedido do advogado do PRF. O criminalista Renê Siufi, contratado pelo acusado, não explicou exatamente o porquê da solicitação. “Depois, vocês vão saber, mas só depois”, disse na semana passada o Campo Grande News.
Mas, a estratégia da defesa deve ser lembrar do passado de Adriano. Isso porque o empresário, por exemplo, já foi processado por furto de energia e a ação contra ele foi suspensa mediante acordo, com validade de dois anos, que previa quitação de débito e regras de conduta, como não frequentar bares, boates e similares de reputação duvidosa, além de não consumir bebida alcoólica. As regras eram válidas até julho de 2016.
Audiências – No despacho feito hoje, Garcete agendou para o 5 de abril, a partir das 13h40, a audiências com as testemunha escolhidas pela acusação. No dia 12 e abril, no mesmo horário, começam a depor as testemunhas arroladas pela defesa.
Crime – Adriano, que conduzia uma caminhonete Toyota Hilux, foi morto na madrugada de 31 de dezembro de 2016, um sábado, na avenida Ernesto Geisel. Na versão do policial, que atuava em Corumbá e seguia em um Mitsubishi Pajero para a rodoviária da Capital, o condutor da Hilux provocou suspeita pela forma que dirigia.
Coreia alega que fez a abordagem após ter sido fechado. Nos depoimentos, ele reforçou que sempre se identificou como policial.
Ricardo Moon, contudo, foi denunciado por homicídio doloso contra Adriano e tentativa de homicídio contra Agnaldo Espinosa da Silva e o enteado de 17 anos, passageiros da caminhonete.
A denúncia do MPE chegou dia 23 de janeiro à 1ª Vara do Tribunal do Júri .
O PRF foi preso em 31 de dezembro e solto no dia seguinte. No dia 5 de janeiro, voltou a ser preso e deixou a prisão no dia 1º de fevereiro.
O empresário assassinado estava sob efeito de álcool e tinha usado ecstasy, além de um medicamento para ansiedade, de acordo com testes feitos no sangue coletado da vítima. O laudo necroscópico e resultado dos exames foi anexado ao processo também nesta quinta-feira.