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Capital

Marcha da Liberdade em Campo Grande não deve ter manifestos a respeito da maconha

Vanda Escalante e Ítalo Milhomem | 16/06/2011 12:04

Movimento acontece sábado, com concentração às 9 horas na Praça Ary Coelho.

Organizadores foram à Câmara falar sobre o movimento (Foto: Simão Nogueira)
Organizadores foram à Câmara falar sobre o movimento (Foto: Simão Nogueira)

Organizadores da Marcha da Liberdade, marcada para este sábado (18) em Campo Grande, participaram esta manhã da sessão da Câmara de Vereadores para falar sobre o movimento e afirmaram que não está prevista nenhum manifesto a favor ou contra o uso, a liberação ou a descriminalização da maconha.

Mesmo com a decisão, por unanimidade, do STF (Supremo Tribunal Federal) nesta quarta-feira (15) de autorizar a Marcha da Maconha, evento que reúne em diversas cidades brasileiras pessoas favoráveis à legalização da droga, os organizadores do movimento em Campo grande não vão trocar o nome do evento.

“Apesar de ter nascido da repressão da Marcha da Maconha em São Paulo, a Marcha da Liberdade é hoje um movimento distinto e mais amplo, que defende a liberdade de expressão e de manifestação, inclusive de quem quer pedir a liberação da maconha”, afirmou o ator Victor Hugo Samudio, um dos organizadores da Marcha em Campo Grande.

De acordo com ele, o movimento tem agora proporções nacionais e cada região tem suas pautas específicas. “Até agora ninguém se manifestou no sentido de ser a favor ou contra a maconha, mas também não será proibida ou reprimida qualquer manifestação individual ou coletiva com esse teor durante a Marcha”, disse.

A produtora cultural Andréia Freire, que também participa da organização do movimento, afirmou na sessão da Câmara que a Marcha é uma oportunidade de dar visibilidade a questões que normalmente não são tratadas publicamente e democraticamente. “Cada um deve levar sua bandeira para a Marcha, seja qual for, porque outras pessoas vão se identificar e então a discussão poderá ser feita”, disse.

Vereadores - Ao comentar o assunto, o vereador Athayde Nery (PPS) disse que é integralmente a favor da Marcha, uma vez que a liberdade é uma questão que se debate em nível mundial e é “fundamental para a cidadania plena, para que se possa viver sem ter os direitos violados”.

O vereador Paulo Siufi (PMDB) disse que é lícito debater a questão da liberdade e lembrou que também no sábado (18), mesmo dia da Marcha da Liberdade, acontece também no centro de Campo Grande uma outra marcha, contra as drogas.

Para o vereador Cristóvão Silveira (PSDB), o mais importante é garantir o direito de qualquer cidadão se manifestar, fazendo um debate às claras de questões como a defesa do uso da maconha, que “não podem ficar veladas”.

Já o vereador Alex do PT disse que não pode ser contrário à realização do movimento, mas que é contra a apologia ao uso da maconha, já que existe um regimento jurídico sobre a questão.

Programação - A Marcha da Liberdade em Campo Grande acontece no próximo sábado (18), com concentração às 9 horas, na Praça Ary Coelho. Entre as diversas bandeiras que serão levantadas está a luta contra a homofobia, a demarcação de terras indígenas e a revitalização do centro da cidade.

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