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Capital

Médicos rejeitam fiscalização e não têm espírito coletivo, diz Marquinhos

Prefeito não descarta exoneração de médicos considerados ruins; A partir de hoje escalas médicas serão publicadas com o nome de profissionais

Yarima Mecchi, Renara Volpe Haddad e Richelieu de Carlo | 22/03/2017 11:23
Prefeito Marquinhos Trad, segurando o microfone. (Foto: André Bittar)
Prefeito Marquinhos Trad, segurando o microfone. (Foto: André Bittar)

A classe médica não aceita fiscalização e não tem espírito coletivo, afirmou o prefeito Marquinhos Trad (PSD), na manhã desta quarta-feira (22). Ele disse que a nota de repúdio do SindMed-MS (Sindicato dos Médicos do Estado), divulgada ontem (21), tem relação com as visitas feitas pelo chefe do Executivo nas unidades de saúde 24h e com a cobrança em cima dos profissionais.

"Eles não admitem que eu chegue lá (no posto) por volta das 23h, como estou fazendo, para saber se o médico chegou em horário certo. Aí começam as retaliações", declarou.

O prefeito alegou que desde que assumiu está sendo criticado pela categoria e que os médicos começam a 'orquestrar' atos para divulgação na imprensa e conseguir atenção de quem precisa de atendimento do SUS (Sistema Único de Saúde).

"Começam orquestradamente uma série de medidas pontuais onde eles (médicos) próprios chamam a imprensa. Sabendo que naquela noite vão desfalcar as unidades para justamente passar a ideia para a população, para atingir eles", disse.

A nota publicada pelo SindMed diz que ainda faltam remédios nas unidades, denuncia a precariedade nas estruturas dos postos de saúde, afirma que faltam pelo menos 500 médicos para compor a escala, entre outros problemas da saúde pública de Campo Grande. 

Marquinhos destacou que alguns médicos cumprem o plantão normalmente, mas outros apenas assinam a folha de presença e não atendem os pacientes. Ele disse ainda que o déficit na escala dos postos de saúde também é gerada pela falta de espírito coletivo com a cidade.

"Tem médico, se a gente trabalhar com coletividade todo mundo pode ser atendido. É claro que temos que chamar alguns concursados, mas se tivesse espírito coletivo a favor da cidade daria certo", ressaltou.

O administrador de Campo Grande não descarta a possibilidade de exonerar médicos considerados 'ruins'. "Ou vamos passar dificuldades, afastar os maus profissionais e a população fica do nosso lado ou vai continuar do jeito que está, ruim e sem atendimento".

Secretário de Saúde, Marcelo Vilela. (Foto: Richelieu de Carlo)
Secretário de Saúde, Marcelo Vilela. (Foto: Richelieu de Carlo)

Escala - O secretário de Saúde, Marcelo Vilela, disse nesta terça-feira que a partir de hoje as escalas médicas serão publicadas com o nome e o horário que os profissionais devem estar nas unidades. Ele afirma que a escala divulgada pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) é verdadeira.

"Não existe escala fictícia. Amanhã teremos reunião com os pediatras para tentar organizar as escalas. Queremos ter pelo menos em quatro unidades com atendimento 24 horas de pediatria", disse.

Segundo a Sesau, as quatro UPA's a princípio terão pediatras por 24h serão as dos bairros Coronel Antonino, Universitário, Vila Almeida e Leblon. Nesta quinta-feira (23) uma reunião será feita com os pediatras.

"Vamos discutir essas questões amanhã com eles. É uma negociação com propostas e contrapropostas", finalizou.

Os nomes dos médicos de plantão podem ser conferido neste link

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