"Mistério do PCC" será julgado em junho por decapitação de "Alemãozinho"
Dos cinco acusados, três já foram julgados e absolvidos; agora, mandante e executor irão ao banco dos réus
A Justiça de Campo Grande designou para dia 8 de junho deste ano o julgamento dos outros dois homens denunciados pela morte de Sandro Lucas de Oliveira, o “Alemãozinho”, executado por dizer que integrava o Comando Vermelho. No banco dos réus, estará Eder de Barros Vieira, o “Mistério do PCC”, tido como o mandante do crime.
“Alemãozinho” foi decapitado e enterrado, em dezembro de 2019, pois dizia ser integrante de facção rival, o CV. Os restos mortais só foram encontrados sete meses depois, em uma fossa.
A defesa de “Mistério do PCC” conseguiu evitar seu julgamento recorrendo da pronúncia, ou seja, a decisão que determinou o júri popular. Agora, em despacho do dia 5 de maio, vencidas todas as tentativas, a Justiça determinou data para 8 de junho, em Campo Grande.
Nos despachos judiciais, também consta pedido de escolta para presença dos réus no julgamento: Eder de Barros Vieira está detido na Penitenciária Estadual de Dourados e Sidnei Jesus Rerostuk na Penitenciária Estadual Masculina de regime fechado da Gameleira, "Supermáxima".
Além dele, também vai a julgamento Sidinei Jesus Rerostuk, 28 anos, o “Capetinha”, que teria sido o executor da vítima, com a decapitação feita no facão. Em áudio coletado pela DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio), o homem teria confessado o crime e atribuído a ordem a “Mistério”.
Foi com a prisão de Sidnei Rerostuk que a polícia chegou ao corpo da vítima, em 28 de julho de 2020.
Três acusados do crime já foram a julgamento, em abril de 2022. Rafael Aquino de Queiroz, de 36 anos, o “Enigma”, Adson Vitor da Silva Farias, de 22 anos, o “Ladrão de Almas”, e Eliezer Nunes Romero, de 21 anos, o “Maldade”, foram absolvidos do crime de homicídio qualificado e ocultação de cadáver, mas foram condenados por integrar organização criminosa e cárcere privado.
Rafael Queiroz foi condenado a 5 anos de prisão e, os outros dois, a 4 anos e 6 meses de reclusão.
O crime - Segundo a investigação policial e posterior denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), Sandro Lucas foi morto por vender drogas do Comando Vermelho, e não do PCC, alegando serem de qualidade mais apurada.
Depois de ser atraído até a praça do Bairro Nova Campo Grande no dia 8 de dezembro à noite, Sandro foi levado num carro preto para casebre na Vila Bordon, ao lado de frigorífico da região. Lá, começou o julgamento. Em seguida, ele foi encaminhado para uma chácara abandonada no Parque dos Poderes, sendo torturado. O corpo foi abandonado em uma fossa.