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Capital

MS terá segundo hospital a fazer cirurgias cardíacas em bebês

Serviço com equipe multidisciplinar será lançado pela Cassems, na próxima quarta-feira (29)

Por Gustavo Bonotto | 24/05/2024 21:51
Vista aérea do Hospital da Cassems, em Campo Grande. (Foto: Reprodução)
Vista aérea do Hospital da Cassems, em Campo Grande. (Foto: Reprodução)

Mato Grosso do Sul terá, a partir de quarta-feira que vem (29), um segundo hospital capaz de fazer cirurgias cardíacas em bebês e crianças. A Cassems (Caixa de Assistência aos Servidores do Estado de Mato Grosso do Sul) vai inaugurar serviço especializado para atender e aprimorar a atenção básica pediátrica.

O novo setor será composto pelo cirurgião cardíaco pediátrico Guilherme Viotto e a cardiologista pediátrica e ecocardiografista pediátrica Camila Lino Martins. Segundo divulgado pelo hospital, cerca de 300 crianças necessitam de cirurgia cardíaca pediátrica no estado por ano, e com a alta demanda, acabam se deslocando para outros estados que ofertam os procedimentos.

"Isso abala emocionalmente os pais e as crianças. Traz consequências econômicas, com as despesas decorrentes da necessidade de locomoção, para o orçamento dessas famílias, sem contar a corrida contra o tempo para encontrar onde realizar a cirurgia. Ao implementar o serviço, estamos diminuindo a distância entre o cuidado e as famílias”, pontua Viotto.

A doença ganhou destaque na imprensa durante o ano passado, quando o Campo Grande News noticiou o caso de Gabrielle e Caleb Montalvão. Convicta de que o filho foi vítima de negligência médica aos três meses de vida, apesar da cardiopatia, a jovem propôs ação judicial para responsabilizar os profissionais que atenderam ao bebê, em 2023.

No período de seis dias, ele passou mal, teve agravamento do quadro e acabou morrendo. Entretanto, a família afirmou à época dos fatos que houve omissão e falta de cardiologista pediátrico para acompanhar adequadamente a criança.

Agora com o novo serviço, o responsável técnico explica que o atendimento aos casos cirúrgicos serão mais rápidos e com estrutura de ponta. “Pode até ser comparada à de hospitais como o HCor (Hospital do Coração), o Albert Einstein, o Sírio Libanês que são unidades de referência para cirurgia cardíaca pediátrica. Além do aparato, temos uma equipe multidisciplinar treinada”, reforçou Viotto.

Um dos diferenciais, segundo a assessoria da Cassems, é a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) estruturada para receber o pós-operatório e que prioriza o bem-estar e a humanização do atendimento. A criança que estiver na unidade, por exemplo, poderá ser acompanhada pelos familiares. Outro ponto importante é o acompanhamento cardiológico pediátrico diário, durante toda a internação, principalmente durante as horas mais críticas do pós-operatório, onde a criança será assistida por um médico cardiologista pediátrico plantonista.

“Somos sensíveis à corrida contra o tempo para salvar a vida da criança que necessita desse procedimento de alta complexidade. Ao trazer o serviço de cirurgia cardíaca pediátrica, cumprimos com o papel do plano de avançar para garantir atendimento de excelência para os servidores públicos e seus familiares, aumentando as chances dessas crianças”, assegurou Ricardo Ayache, diretor-presidente da Caixa de Assistência.

Em dados - O Ministério da Saúde estima que, a cada mil bebês, 10 nascem com algum tipo de cardiopatia congênita e aproximadamente 80% vão necessitar de cirurgia cardíaca corretiva, cerca de metade deles ainda no primeiro ano de vida, o que representa média de 12 mil pacientes.

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