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Capital

Operação também terá devassa nas contas de investigados e parentes

Paulo Yafusso | 19/05/2016 17:43
Os documentos referentes a quebra do sigilo bancário e fiscal também serão levados para a sede da PF, para serem analisados (Foto: Fernando Antunes)
Os documentos referentes a quebra do sigilo bancário e fiscal também serão levados para a sede da PF, para serem analisados (Foto: Fernando Antunes)

O alcance da Operação Fazendas de Lama não se limitou às prisões, buscas, apreensões e bloqueio de recursos financeiros e bens dos investigados. A justiça também decretou a quebra do sigilo bancário e fiscal dos alvos da investigação, bem como de seus familiares e empresas a elas vinculadas. Os dados devem começar a ser entregues pelas instituições bancárias 30 dias após o Banco Central ser notificado da decisão.

O pedido feito foi para que sejam encaminhados para análise da equipe de investigação as movimentações financeiras do início de 2009 até março deste ano. Na lista dos que tiveram os sigilos bancário e fiscal quebrados, constam, além dos alvos da Operação Lama Asfáltica em suas duas fases, parentes e empresas em nome dos investigados e familiares.

Foi decretada a quebra do sigilo das empresas da família Amorim e também da Terrasat Engenharia e Agrimensura, registrado em nome de Flávio Henrique Garcia Scrocchio, cunhado do ex-secretário estadual de Obras, Edson Giroto. Conforme a representação encaminhada à Justiça Federal, a quebra do sigilo servirá para confirmar a suspeita de que Flávio Henrique é “laranja” e que o verdadeiro dono da empresa seria Giroto.

De acordo com a investigação, um fato que indica que o ex-secretário de Obras seja o dono da Terrasat é que com ele foi encontrado minuta de um contrato da empresa. Há suspeita de direcionamento de licitação, para que a Terrasat vencesse licitações para execução de obras em Mato Grosso do Sul. Analisando os documentos apreendidos, verificou-se que no período de 2012 a 2105 essa empreiteira recebeu mais de R$ 50 milhões da administração estadual.

A decisão alcança também várias empresas da qual Mirched Jafar Júnior figura como sócio. Nas escutas telefônicas feitas com autorização da justiça na primeira fase da Lama Asfáltica, o nome dele aparece somente relacionado a Gráfica Alvorada, suspeita de ser beneficiada em confeccionar livros paradidáticos para o Governo do Estado. Em troca, pagaria propina a integrantes da organização. Foi apurado que Mirched tem participação societária em cinco empresas, entre elas a Gráfica Alvorada.

Quanto a quebra do sigilo fiscal, o pedido foi para que os investigadores tenham acesso às declarações do Imposto de Renda Pessoa Física e Jurídica de janeiro de 2004 a dezembro deste ano. Um indicativo de que a Operação Lama Asfáltica não deve ser concluída neste ano.

A análise dos documentos e materiais apreendidos na Lama Asfáltica, no ano passado, e na Fazendas de Lama, no último dia 10, estão sendo feitas por policiais federais e servidores da CGU (Controladoria-Geral da União) e Receita Federal.

A Justiça Federal também determinou o bloqueio de R$ 43 milhões das contas dos investigados, a indisponibilidade dos bens e a proibição dos investigados transferirem os veículos.

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