Ousados, pichadores criam ranking e não poupam nem prédio da polícia
Pichações de todo tipo invadiram as fachadas de prédios e muros do comércio na Avenida Júlio de Castilho. Pichadores disputam um ranking próprio de quem mais transgride mais e não poupam nem os prédios da PRF (Polícia Rodoviária Federal) e da Polícia Federal.
Próximo a primeira lombada eletrônica , por exemplo, moradores e comerciantes reclamam da ousadia cada vez maior dos pichadores. Nem placas públicas são respeitadas, lixeiras, bancos de praças e lugares de difícil acesso impedem a transgressão. Os prédios da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Federal também não foram poupados.
O comércio da região é o mais afetado. As fachadas dos prédios estão tomadas por rabiscos. Segundo os comerciantes, nem adianta consertar. Uma semana depois da pintura, uma nova pichação amanhece no local.
Proprietário de um edifício residencial, Roberto Nunes Garcia classifica os pichadores como "homens-aranhas" e, cansado, diz que desistiu de repintar a fachada do prédio.
O dono de uma ótica na avenida, terminou a pintura do o prédio há 2 meses e há 20 dias já estava com as marcas da pichação. Funcionários da ótica contam que o dono registrou toda ação do vândalos nas câmeras do circuito interno, mas deisitiu de enviar para a polícia, pois segundo eles, dificilmente os marginais são pegos.
Vanderlei Matielo, 45, trabalha em um prédio público e conta que outro dia quando ia para a universidade, viu de dentro do ônibus, dois jovens ainda na luz do dia pichando um prédio. Ele comenta que não há respeito e nem "medo". Placas de sinalização não saem ilesas. Além de riscadas, algumas ainda têm adesivos de candidatos das eleições de outubro.
Duas escolas Estaduais na região que foram reinauguradas recentemente também foram pichadas. Na rua Cadiz, no bairro Vila Alba, casas, escola, ponto de ônibus, bancos de praça estão todos rabiscados.
O empresário Vander Martins(39) reclama dos prejuízos com o vandalismo. "Eu mandei pintar o prédio porque ia inaugurar, fazer uma fachada e abrir as portas, mas com menos de seis meses de pintura nova, já estava tudo pichado", disse o empresário. Vander conta ainda que gasta em torno de R$ 2 mil para consertar e pintar.
Ranking - Uma funcionária de um dos locais pichados recentemente contou ao Campo Grande News que já ouviu dentro do ônibus várias "gangues" conversando e falando sobre a pontuação que eles mesmos criaram para avaliar quem consegue pichar mais locais. A moça conta ainda que conhece alguns pichadores e que quem consegue pichar lugares com maior dificuldade, ganha uma espécie se "status" dentro da gangue.
Segundo ela, o ranking funciona assim: Quem picha lugares onde há segurança é uma pontuação alta, porque conta o perigo que o pichador enfrentou para realizar aquela manobra. Outra pontuação alta é para quem consegue chegar a locais de difícil acesso, como alto de prédios, prédios públicos e visíveis. Ela citou como exemplo o Banco do Brasil da Avenida Afonso Pena.
A funcionária de um prédio pichado, contou ainda que uma de terminada "tribo" muitas vezes manda integrantes para cuidarem outros integrantes de outras "gangues" para saber se realmente foram eles que conseguiram pichar, e isso acontece a luz do dia.
Quem tem mais status e consegue as maiores "proezas" ganha prêmio em dinheiro. Os grupos de pichadores costumam recompensar os rabiscos mais ousados com prêmios que podem chegar a R$ 1 mil.
Enquanto isso, os comerciantes da Avenida Julio de Castilho que está tomada por pichações dizem que eles estão pagando a conta dessa sujeira. Além disso, a responsabilidade é dos donos dos imóveis, portanto a limpeza ou a prevenção das pichações são de sua responsabilidade.
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