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Capital

Pai de bebê que caiu de prédio será indiciado por abandono material

Polícia constatou que mãe não tem rede de apoio e pai das outras 2 crianças também será indiciado

Por Silvia Frias e Antonio Bispo | 14/12/2023 12:32
Mãe das crianças sai da Depca, depois de prestar depoimento (Foto: Henrique Kawaminami)
Mãe das crianças sai da Depca, depois de prestar depoimento (Foto: Henrique Kawaminami)

O pai biológico da bebê de 4 meses que caiu de altura de 15 metros do Condomínio Residencial CH8, no Aero Rancho, será indiciado por abandono material, depois que a Polícia Civil constatou que ele não ajudava a custear as despesas da filha. A mesma implicação recairá sobre o pai das outras duas crianças, de 7 e 3 anos, irmãos da bebê.

A mãe das crianças, de 23 anos, auxiliar de serviços gerais da Feira Central, passou por audiência de custódia esta manhã e, em seguida, prestou depoimento na Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente).

A delegada Nelly Macedo, adjunta da Depca, disse que a investigação levantou histórico de convivência da mulher com os filhos e a estrutura existente, e constatou que ela não tem rede de apoio para criação dos filhos.

Delegada Nelly Macedo fala sobre o indicamento dos pais biológicos das crianças (Foto: Henrique Kawaminami)
Delegada Nelly Macedo fala sobre o indicamento dos pais biológicos das crianças (Foto: Henrique Kawaminami)

“Os pais biológicos das crianças são completamente ausentes, inclusive, materialmente, e vão responder por abandono material; eles não estão ajudando essa mãe a arcar não só com a criação, mas, também, financeiramente com os filhos”, disse Nelly. O pai da bebê, por exemplo, só visitou a filha três vezes desde o nascimento.

Os homens vão ser interrogados pela Polícia Civil e ainda podem responder por abandono de incapaz.

"Não foi abandono, não foi desprezo", garantiu o advogado Alfio Leão (Foto: Henrique Kawaminami)
"Não foi abandono, não foi desprezo", garantiu o advogado Alfio Leão (Foto: Henrique Kawaminami)

Guarda – Depois de prestar depoimento, a mulher saiu sem falar com a imprensa. O advogado Alfio Leão, que a representa, disse que a guarda das crianças foi mantida com a mãe. “Isso aí é direito resguardado”.

A mulher foi para a Santa Casa para ver a filha e encontrar a mãe biológica, que veio de Ponta Porã depois do incidente ocorrido no Aero Rancho. A informação preliminar, conforme o advogado, é que a bebê não corre mais risco de morte.

Depois, a mulher vai ao Conselho Tutelar para falar da situação dos outros dois filhos e buscá-lo no abrigo.

Em depoimento, a mulher reafirmou o que havia dito durante audiência de custódia, a que saiu de casa por prazo de 15 a 20 minutos para pagar conta, empréstimo que havia feito com colega que mora próximo. Nesse tempo, garante que deixou o bebê dormindo e os outros dois filhos alimentados.

Sobre a falta de telas na janela, Leão conta que a renda dela é de R$ 1,3 mil e priorizava pagar as contas e comprar alimentos para os filhos e, por isso, não conseguiu instalar a proteção.

“Não é questão de abandono, não é questão de desprezo, porque, durante o dia de ontem, eu recebi várias mensagens e ligações de vizinhos elogiando conduta dela como boa mãe, com boa cuidadora e que nunca abandonou as crianças, foi uma fatalidade”, afirmou o advogado.

Agora, o advogado diz que entrará com pedido de pensão alimentícia e irá entrar com pedido, via MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), para que sejam acionados os órgãos de assistência social.

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