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Capital

Pequenos assustam na volta às aulas e grandinhos dizem que estavam com saudade

Reação das crianças varia conforme idade, entre os pequenos, voltar à escola cheio de regras gerou susto

Paula Maciulevicius Brasil, Ana Paula Chuva e Cristiano Arruda | 26/07/2021 09:32
Nem a professora cantando toda animada para quebrar o gelo fez com que a criançada se abrisse. (Foto: Paulo Francis)
Nem a professora cantando toda animada para quebrar o gelo fez com que a criançada se abrisse. (Foto: Paulo Francis)

Assustados, com os olhinhos arregalados. Por trás da máscara, os pequenos não disseram uma palavra. Voltar à escola dentro de um ambiente cheio de regras fez com que as crianças do Emei Profª Adélia Leite Krawiec, na Vila Nasser, ficassem acuadas.

De máscara, os pequenos higienizavam as mãos, deixavam medir temperatura, limpar a mochila e os pés. Dentro da sala de aula, cada um sentado em sua mesinha e distante do colega.

Nem a professora cantando toda animada para quebrar o gelo fez com que a criançada se abrisse. A única comunicação era através dos olhos, que estavam fixos na professora.

Secretária de Educação, Elza Fernandes diz que era esperada reação de susto das crianças, mas que em breve todas vão se acostumar com "novo normal". (Foto: Paulo Francis)
Secretária de Educação, Elza Fernandes diz que era esperada reação de susto das crianças, mas que em breve todas vão se acostumar com "novo normal". (Foto: Paulo Francis)

Tal reação era até esperada pela Semed (Secretaria Municipal de Educação), depois de um ano e quatro meses longe da convivência escolar, muitos ali sequer conheciam como era uma escola antes da pandemia.

Segundo a titular da Semed, Elza Fernandes, no Emei da Vila Nasser, a maioria dos alunos são novas matrículas e que estão indo pela primeira vez à escola.

"Tudo isso é novo, nós nunca vivenciamos isso. Você percebe olhinhos assustados, é tudo novo. A sala não tem a quantidade de coleguinhas que tinha antes. É um retorno positivo, e nós vamos nos adequando a essa situação", explica a secretária.

Do outro lado da cidade, no Parque do Lageado, na Escola Municipal Padre Tomaz Ghirardelli, a reação foi um pouco diferente, isso porque já são crianças mais velhas, que já compreendem a pandemia e suas consequências e principalmente sentiram falta de ir à escola.

Thiago, de 10 anos, aferindo a temperatura para entrar na escola. Estudante diz que ensino presencial é melhor para tirar dúvidas. (Foto: Henrique Kawaminami)
Thiago, de 10 anos, aferindo a temperatura para entrar na escola. Estudante diz que ensino presencial é melhor para tirar dúvidas. (Foto: Henrique Kawaminami)

Maria Eduarda, de 9 anos, era uma delas, que não só respondeu às perguntas da equipe como demonstrou toda ansiedade. "Não vejo a hora de encontrar meus amigos e conhecer a professora", disse.

O colega Thiago Reis, de 10 anos, narrou tudo o que aconteceu até a chegada no portão da escola. "A gente acordou cedo, minha mãe me trouxe e agora vamos estudar na escola de novo", comemorava.

Na opinião do estudante, ficar em casa era ruim, principalmente quando havia alguma dúvida quanto ao conteúdo estudado remotamente. "Às vezes minha mãe não tem tempo, aqui a gente pode tirar as dúvidas com o professor", diz.

Hoje é o primeiro dia de aula na rede municipal de ensino, aos poucos 109 mil alunos estão voltando ao "novo normal", com horários escalonados e também rodízio entre aula presencial e on-line.

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