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Capital

PF apreende 2,7 milhões em reais e dólares na casa de desembargador e armas

Operação apura favorecimento em processos milionários a advogados ligados a filhos de magistrados do TJMS

Por Silvia Frias e Antonio Bispo | 24/10/2024 10:10
Maços de reais e dólares apreendidos na casa de um dos alvos da operação (Foto/Divulgação)
Maços de reais e dólares apreendidos na casa de um dos alvos da operação (Foto/Divulgação)

A operação da Polícia Federal e Receita Federal apreendeu R$ 2,7 milhões em dinheiro na casa de desembargador aposentado do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), alvo na Operação Ultima Ratio, que investiga a venda de sentença para favorecer determinados escritórios de advocacia. No cumprimento dos mandados, os federais apreenderam, ainda, revólveres, pistolas e espingardas.

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A Operação Ultima Ratio, da Polícia Federal e Receita Federal, apreendeu R$ 2,7 milhões em dinheiro na casa de um desembargador do TJMS, além de armas, como revólveres, pistolas e espingardas. A operação investiga a venda de sentenças para favorecer escritórios de advocacia e é desdobramento da Operação Mineração de Ouro, que apurou desvios de recursos públicos em Mato Grosso do Sul. O foco agora é o favorecimento a escritórios em processos milionários, com indícios de envolvimento de advogados e filhos de desembargadores. Cinco desembargadores da ativa foram afastados das funções, além de dois aposentados, por ordem do STJ.

Na foto divulgada pela Polícia Federal, a mesa de vidro é quase preenchida pelos maços de dinheiro: são notas de R$ 50, R$ 100 e R$ 200, além de dólares, encontrados com o desembargador aposentado Júlio Siqueira.

As equipes ainda apreenderam maços de dinheiro no console de um dos carros e até maquina para contar cédulas.

Maços de dinheiro encontrados em um dos veículos vistoriados na operação (Foto/Divulgação)
Maços de dinheiro encontrados em um dos veículos vistoriados na operação (Foto/Divulgação)

A Operação Ultima Ratio cumpre 44 mandados de busca e apreensão em Campo Grande (MS), São Paulo (SP), Cuiabá (MT) e no Distrito Federal.

A investigação é desdobramento da Operação Mineração de Ouro, que teve sua primeira fase deflagrada em junho de 2021 e teve mais duas etapas, culminando no afastamento de três conselheiros do TCE-MS (Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul): Iran Coelho das Neves, Waldir Neves e Ronaldo Chadid. Naquele trabalho, a PF apurou desvio de recursos públicos por meio de fraudes em licitações de obras em MS.

Agora, a operação apura o favorecimento dado a escritórios de advocacias em processos milionários. Há indícios de envolvimento de advogados e filhos de desembargadores do TJMS. Foram identificadas, por exemplo, situações em que o magistrado responsável pela decisão já havia sido sócio do advogado da parte interessada.

Espingardas encontradas durante cumprimento dos mandados (Foto/Divulgação)
Espingardas encontradas durante cumprimento dos mandados (Foto/Divulgação)

Os desembargadores da ativa, investigados na operação, foram afastados das funções, conforme determinação do STJ (Superior Tribunal de Justiça): Marcos José de Brito Rodrigues; Vladimir Abreu; Sérgio Fernandes Martins; Sideni Soncini Pimentel; e Alexandre Aguiar Bastos.

Também apura envolvimento de dois desembargadores já aposentados: Júlio Roberto Siqueira e Divoncir Schreiner Maran.

No endereço de um dos alvos também foram apreendidas várias armas (Foto/Divulgação/Receita Federal)
No endereço de um dos alvos também foram apreendidas várias armas (Foto/Divulgação/Receita Federal)

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