PF apreende de caminhão a jet ski em ação contra lavagem de dinheiro do tráfico
Ao todo, foram sequestrados R$ 230 milhões no Brasil e Paraguai. Esquema inclui até rede de doleiros
A operação Status, que combate a lavagem de dinheiro, resultou em intensa movimentação de veículos na superintendência da PF (Polícia Federal) em Campo Grande, na manhã desta sexta-feira (dia 11). A reportagem também acompanhou a chegada de dois presos.
Para lá, foram levados caminhão, carros de luxo, caminhonetes, moto aquática (jet ski)e motocicleta Honda Biz. Os veículos são conduzidos por policiais federais e a moto aquática estava em caminhonete da Receita Federal.
A operação cumpre roteiro em Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e no Paraguai. O circuito do luxo tem mandados em imóvel com piscina, sobrados, “resort particular”, eventos de arrancadas com veículos esportivos de alto valor, contratação de artistas famosos para eventos pessoais e dinheiro contado com ajuda de máquina diante da quantidade de cédulas apreendidas. Ao todo, foram sequestrados R$ 230 milhões no Brasil e Paraguai.
Em Campo Grande, um dos alvos é a JV Motors, garagem de carros de luxo localizada na Avenida Salgado Filho. A empresa foi aberta em 2018, com capital social de R$ 300 mil.
As investigações apontam uma organização criminosa altamente especializada no tráfico de drogas e na “lavagem” do dinheiro obtido ilicitamente. Dessa forma, a família, que liderava a organização, usufruía de veículos, lanchas, motos aquáticas, fazendas no Mato Grosso, e até de um “resort” particular, situado às margens de um famoso lago no município de Chapada dos Guimarães (MT).
Relatórios da unidade de inteligência fiscal da Receita Federal detectaram inconsistências fiscais dos investigados, além de bens móveis e imóveis registrados em nome dos investigados e de “laranjas”, pessoas que emprestam nome para ocultar valores de origem ilícita.
A 5ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande decretou a prisão preventiva de 8 investigados e a busca e apreensão em 48 endereços. A estrutura, especializada na lavagem de grandes volumes de valores ilícitos, também contava com uma rede de doleiros sediados no Paraguai, com operadores em cidades brasileiras como Curitiba, Londrina, São Paulo e Rio de Janeiro.