Por matar "tia", motorista é condenado a 20 anos de prisão
Marido da vítima, Guilherme Yarzon Ortiz, que acompanhou as nove horas de julgamento, chorou ao final
Carlos Fernando Soares, 35 anos, foi condenado a 20 anos de prisão pela morte de Márcia Catarina Lugo Ortiz em outubro de 2021. Chamada de “tia” por ele, Márcia, segundo familiar que falou com o Campo Grande News, acabou sendo vítima de sua maior qualidade: a confiança.
A condenação foi por três crimes: homicídio qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual. Apesar de haver provas e indícios de que ninguém mais poderia ter cometido o crime, Carlos, ainda hoje, continuou alegando durante júri, que Carlos Henrique Machuca Santareno, o “China”, é quem teria tirado a vida de Márcia.
O então réu devia alta quantia em dinheiro a “China” e em sua versão do caso, este o acompanhou quando saiu com Márcia em carro alugado e a matou. Contudo, as provas obtidas no decorrer da investigação não deixam dúvidas para a polícia de que Soares matou a mulher com um tiro na cabeça, em Campo Grande.
Prima de Márcia, Lúcia Cáceres, de 66 anos, conta que agora a família poderá descansar e mesmo que todo sofrimento desses anos “não cesse”, ao menos haverá mais tranquilidade sabendo que foi feita justiça. “A Márcia, infelizmente, era muito inocente, ingênua e acabou pagando com a vida por causa dessa qualidade que ela tinha”, comentou.
O marido da vítima, Guilherme Yarzon Ortiz, que acompanhou as nove horas de julgamento, chorou ao final, com a sentença, mas não falou com a imprensa. Durante o pronunciamento da condenação, feita pelo juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri, Aluízio Pereira dos Santos, o réu Carlos não esboçou nenhuma reação ou emoção.
Caso - Márcia Lugo foi encontrada morta no dia 8 de outubro de 2021, pouco mais de 12 horas após desaparecer. O corpo estava debaixo de uma ponte sobre o Córrego Imbirussu, na BR-262, na Capital. O réu foi preso no dia 15 de outubro daquele ano, depois de vários indícios apontarem que ele seria o autor do homicídio.
Contudo, desde a prisão, Carlos Fernando continua colocando o agiota, a quem ele devia alta quantia em dinheiro, na cena do crime, o que foi descartado pela polícia no decorrer da investigação. Em depoimento coberto por nervosismo e contradições, Carlos afirmou ao juiz Aluízio Pereira dos Santos, durante o júri desta segunda-feira (18), que China deu um tiro em Márcia "sem querer" durante uma "luta corporal".
Ela é chamada de "tia" porque ambos ficaram amigos durante trabalhos de motorista que ele prestava a Márcia com regularidade. Assim, Carlos foi conquistando a confiança dela e acabou matando-a para conseguir dinheiro. Ele tinha inclusive as senhas bancárias dela e antes do crime, já havia pegado R$ 50 mil em empréstimos com a vítima.
Depois do assassinato da mulher, Carlos gastou R$ 114 mil nos cartões que ficavam na carteira de Márcia.
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