Por R$ 4,1 milhões, duas empresas concorrem para reformar Belas Artes
Projeto histórico de reforma deve sair do papel em 2020, depois de 27 anos de história
Duas empreiteiras disputam os R$ 4,1 milhões oferecidos como valor de referência para a reforma e adequação do maior elefante branco de Campo Grande, o Centro de Belas Artes. Foram declaradas habilitadas pela Dicom (Diretoria de Compras) a Vale Engenharia e Construções e a Meta Construtora.
O resultado da habilitação de proposta foi divulgado no Diário Oficial desta terça-feira (4). A licitação foi relançada pouco antes de 2019 acabar, depois do procedimento lançado em agosto do ano passado ter sido suspenso. A suspensão havia ocorrido após questionamentos do TCE (Tribunal de Contas Estadual) e o certame tinha valor estimado em R$ 4,5 milhões.
Novo projeto – O projeto prevê reforma completa, desde as instalações hidráulicas, elétricas, acessórias até a arquitetura, passando por iluminação, aparelhagem de ar condicionado, esgotamento e controle de água da chuva.
Prevê a instalação de eletrodutos, para-raios, redes de tubulação, saídas de emergência com informações como placas e luminárias de emergência e barra anti-pânico, degrau antiderrapante e guarda-corpo nas saídas de emergência.
As obras também vão instalar sistema de iluminação de emergência para permitir a saída fácil e segura do público do complexo em caso de interrupção da alimentação normal de energia. A pavimentação de parte do piso terá granito polido, madeira, carpete e haverá esquadrias metálicas. As portas de madeira também serão substituídas e as paredes revestidas com azulejo.
A história - Mais que um elefante branco, o maior símbolo de obras abandonadas de Campo Grande, o “Centro de Belas Artes”, é uma metamorfose. Começou há 26 anos, no governo de Pedro Pedrossian, e seria uma rodoviária. Atravessou administrações e inacabada, em 2007, decidiu-se que ali seria local de cultura.
Parte dos 14 mil metros quadrados de estrutura são marcados por milhões financiados sem que a obra chegasse ao fim. O “elefante branco de Campo Grande” é também símbolo de um vai e vem de intervenções do Ministério Público, por meio de aditivos à um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) para que a estrutura fosse concluída, ainda em 2006.
Os R$ 4,1 milhões avaliados, até agora, para concluírem a estrutura são recursos provenientes do Ministério do Turismo e de um financiamento com a Caixa Econômica Federal. A obra está parada desde 2012, e abandonada, virou moradia de quem não tem casa, atraiu dependentes químicos e a única “arte” que foi exibida por ali foram pichações.