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Capital

Santa Casa fica sem aumento de verba, mas deixará de ser ‘postão’ de saúde

Prefeitura, governo e ABCG concordaram em manter repasses mensais fixados em R$ 20 milhões, mas pacientes menos graves deixarão de ser enviados ao hospital

Anahi Zurutuza e Lucas Junot | 06/04/2017 16:50
Prefeito (de costas), Esacheu Nascimento (à direita de Marquinhos), técnicos da prefeitura e do Governo do Estado em reunião na tarde de hoje (Foto: Lucas Junot)
Prefeito (de costas), Esacheu Nascimento (à direita de Marquinhos), técnicos da prefeitura e do Governo do Estado em reunião na tarde de hoje (Foto: Lucas Junot)

A Santa Casa de Campo Grande, a prefeitura e o Governo do Estado fecharam acordo na tarde desta quinta-feira (6) sobre o valor dos repasses mensais que o poder público faz ao hospital filantrópico para custear os atendimentos de pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde). O hospital continuará recebendo R$ 20 milhões por mês, mas deixará de ser “postão de saúde”.

O município fez o compromisso, que segundo Esacheu Nascimento, o diretor do hospital, constará em contrato, de só encaminhar à Santa Casa pacientes que necessitam de atendimento considerado de média e alta complexidade.

Sem receber doentes menos graves, o presidente da ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande) – mantenedora do hospital – estima que a instituição vá economizar ao menos R$ 3,5 milhões por mês. Desta forma, deixará de operar em deficit.

Este era justamente o aumento pleiteado pela Santa Casa, que vem sendo negociado há duas semanas.

“Se os equipamentos da rede municipal (UPAs, UBSs) conseguem absorver a demanda, a gente consegue uma economia de 30% no custeio do hospital”, comentou Nascimento ao deixar a reunião com o prefeito, Marquinhos Trad (PSD), e técnicos da prefeitura, no Paço Municipal.

Para colocar o compromisso em prática, a prefeitura terá de melhorar o sistema de regulação de vagas. Ou seja, otimizar a distribuição de pacientes nas rede pública.

“Vou fazer um enfrentamento, vou promover ajustes nas unidades de saúde para resolver definitivamente essa questão do atendimento na Capital”, afirmou Marquinhos após o encontro.

Pendência – A direção da Santa Casa também pediu ajuda aos representantes do governo e para a administração municipal para quitar dívidas que somam cerca de R$ 14 milhões.

O valor, segundo Esacheu Nascimento, corresponde ao deficit acumulado nos meses de dezembro, janeiro, fevereiro e março, período que o hospital operou com o contrato “tampão”, recebendo os mesmos R$ 20 milhões mensais, mas assumindo o atendimento de pacientes de baixa complexidade.

Marquinhos se comprometeu a dar uma resposta sobre a “ajuda” na próxima semana.

O prazo de 90 dias para que a prefeitura assinasse um contrato com validade de um ano com a Santa Casa, estipulado no fim do ano passado em acordo mediado pelo MPE (Ministério Público Estadual), venceu na sexta-feira passada, 31 de março.

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