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Capital

Santa Casa tem superlotação de grávidas e bebês em centro obstétrico

Coordenador da unidade relata que leitos têm de ser improvisados para adequar demanda

Guilherme Correia | 06/01/2022 11:40
Bebê atendido em UTI neonatal da Santa Casa; estruturas estão em falta nesta quinta-feira. (Foto: Assessoria/Santa Casa)
Bebê atendido em UTI neonatal da Santa Casa; estruturas estão em falta nesta quinta-feira. (Foto: Assessoria/Santa Casa)

Centro obstétrico da Santa Casa de Campo Grande está superlotado, nesta quinta-feira (6), de acordo com a administração da instituição. Foi informado que o hospital tem dificuldade em atender gestantes e recém-nascidos, que aguardam vaga de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal.

Segundo o coordenador médico da maternidade, William Lemos, seis pacientes estão na fila para serem atendidos e tiveram de ser alocados na sala de parto, em leitos improvisados, "travando" o local. O atendimento pode levar até 20 dias.

O médico explica que muitas gestantes têm de ser hospitalizadas, por não ter acesso a exames pré-natais, afetando a saúde dos bebês e aumentando a demanda hospitalar. "Eles acabam precisando de cuidados a mais, porque tiveram alguma alteração devido à patologia que não foi tratada."

"Não consigo fazer parto, chegam gestantes e não conseguimos dar tratamento adequado. Esse tratamento é feito em salas improvisadas, nos leitos neonatais, e não têm onde atendê-las."

Lemos explica que a situação piorou em meados de setembro de 2020 e que permanece, desde então, com problemas. "Todos os dias, tenho essa situação e, às vezes, é mais intensa como hoje, que não tenho capacidade de atendimento."

"A pandemia veio e, de fato, houve uma piora na assistência ao pré-natal dos pacientes. O que percebemos é que infelizmente, na nossa rede básica, a assistência tem sido nosso problema. Os pacientes até têm o neonatal, as consultas, em pequena quantidade, na unidade básica, mas não têm acompanhamento do diagnóstico correto e precisam recorrer ao sistema privado, que pra muitas, não é acessível".

A Santa Casa notificou a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), autoridade responsável pelo encaminhamento de pacientes às unidades de saúde, para que não haja risco de enfermos ficarem sem assistência médica. "A solução, a longo prazo, passa por uma melhor educação da assistência básica. A curto prazo, há mais três anos, vemos que as unidades precisam abrir novos leitos de atendimento".

A reportagem procurou a pasta vinculada ao município, que afirma trabalhar para remanejar os pacientes que estão aguardando leito e garantir a assistência adequada a todos, sempre levando em consideração os recém-nascidos e as mães.

Segundo a Sesau, no final de dezembro, foram ativados quatro leitos de UTI neonatal na maternidade Cândido Mariano e há previsão de abertura de mais 11 no mesmo local ainda neste ano.

Entrada da Santa Casa de Campo Grande. (Foto: Marcos Maluf)
Entrada da Santa Casa de Campo Grande. (Foto: Marcos Maluf)

Regulação - Segundo a própria instituição, todos os 33 leitos ativos no alojamento conjunto, de enfermaria, estão ocupados com pacientes internadas para tratamento ginecológico, gestantes, puérperas e pacientes em isolamento respiratório, com sintomas de influenza.

No local, são duas salas cirúrgicas e cinco PPPs (Pré-parto, parto e pós-parto), que estão indisponíveis devido à adaptação para atender seis pacientes que aguardam por uma vaga em UTI, mas que até o momento, está sem previsão de abertura.

Segundo o coordenador médico da unidade, há uma paciente com sintomas gripais que faz com que sejam necessários mais leitos para que ela fique isolada. Quando o exame for realizado, será possível verificar se novas estruturas serão disponibilizadas. "Só vou ocupar se a próxima paciente tiver suspeita de sintoma respiratório. Pacientes normais, sem sintomas, não podem usar esse leito".

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