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Capital

Sem conseguir marcar depoimento, defesa vai pedir soltura de ex-deputado

Ary Rigo, de 71 anos, segue preso em cela da 3ª Delegacia de Polícia

Anahi Zurutuza e Richelieu de Carlo | 30/08/2017 10:54
Carlos Marques, advogado de Ary Rigo, em entrevista na frente do Gaeco (Foto: Marcos Ermínio)
Carlos Marques, advogado de Ary Rigo, em entrevista na frente do Gaeco (Foto: Marcos Ermínio)

Sem conseguir saber quando o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) vai ouvir o ex-deputado Ary Rigo, a defesa do ex-deputado estadual Ary Rigo vai à Justiça pedir a soltura dele. O ex-parlamentar é um dos alvos da Operação Antivírus, deflagrada na manhã desta terça-feira (29), e está preso na 3ª Delegacia de Polícia.

O advogado Carlos Marques, que representa Rigo, esteve duas vezes na manhã de hoje na sede do Gaeco e disse que os promotores que estão à frente da operação não deram previsão de quando vão convocar o cliente dele para depor. O defensor tinha a expectativa que o ex-deputado fosse libertado após a oitiva.

“Sem previsão. Pode ouvir hoje, pode não ouvir. Então vou tomar uma providência. Vou entrar com habeas corpus, porque a provisória entende-se que não precisa se esgotar os cinco dias para ouvi-lo. É um homem de 71 anos, por que não escutam logo?”, questionou.

O advogado alega que não há nada no inquérito que “envolva ou relacione” Rigo com o Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul) ou com as oito empresas investigada na Antivírus. “O depoimento dele ajudaria tanto a obter a liberdade quanto de evitar uma denúncia penal lá na frente”, afirmou Marques.

A defesa argumenta ainda que a prisão de Rigo foi pedida por ele ter tido escritório há sete anos na mesma sede da Digix, antiga Digitho Brasil, uma das empresas apontada como parte do esquema de corrupção investigado pelo Gaeco.

Ainda segundo Marques, o ex-deputado foi implicado ainda por ter recebido na conta bancária dinheiro declarado de Jonas Schimidt das Neves, sócio-proprietário da Digix. O advogado alega que “são pequenos valores relativos à compra e venda de gado”.

Ex-deputado no banco traseiro da caminhonete ao sair do Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal), onde passou por exame de corpo de delito após ser preso (Foto: André Bittar/Arquivo)
Ex-deputado no banco traseiro da caminhonete ao sair do Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal), onde passou por exame de corpo de delito após ser preso (Foto: André Bittar/Arquivo)

Operação – Antes das 7h desta terça-feira, equipes do Gaeco estavam espalhadas por Campo Grande para cumprir nove mandados de prisão preventiva e três de prisão temporária, além dos 29 de busca e apreensão.

O principal endereço alvo da força-tarefa foi a sede do Detran-MS, onde investigadores vasculham três diretorias: a Presidência, a Diretoria de Administração e Finanças e a Diretoria de TI (Tecnologia da Informação).

Pelo menos oito empresas de Mato Grosso do Sul são investigadas por contratos suspeitos com o Poder Público.

O Gaeco investiga crimes de corrupção ativa e passiva, fraude à licitação, peculato e organização criminosa.

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