Sem novidades ou prisões, polícia coloca investigação de chacina em sigilo
Quinze dias após a maior chacina registrada no ano em Mato Grosso do Sul, a Polícia Civil ainda não tem provas concretas, nem o paradeiro dos suspeitos de terem atirado contra as cinco vítimas do crime ocorrido no dia 19 de outubro, em Paranhos - distante 469 quilômetros de Campo Grande. Questionada sobre o andamento das investigações, a polícia afirma que "não tem novidades, mas que o caso seguirá em sigilo."
Segundo o delegado que investiga o caso, Fabrício Dias dos Santos, a polícia não irá revelar mais nada sobre o caso, porque vai tocar as investigações sob segredo policial, mas até agora não tem suspeitos de terem cometido o crime.
Até o dia 23 de outubro, mais de dez pessoas relacionadas as vítimas já tinham prestado depoimento a polícia, que também fazia diligências em busca de provas e informações sobre as circunstâncias do crime.
O crime - A bordo de duas caminhonetes de cor preta, provavelmente modelo Hillux, bandidos teriam feito mais de 100 disparos de fuzil e pistola em direção a Bruno Vieira de Oliveira de 26 anos; Mohamed Youssef Neto de 31 anos; Arnaldo Andres Alderete Peralta, 32 anos; Rodrigo da Silva, 28, Denis Gustavo,24; Anderson Cristiano, 27, e Diego Zacarias Alderete Peralta de 26 anos. Os dois últimos foram os únicos sobreviventes.
Tudo levava a crer que a chacina era mais um episódio na guerra pelo controle do tráfico de drogas na região, mas a polícia jamais confirmou a suspeita e o delegado, na época, disse que trabalhava com outras hipóteses.
Nesta semana, a reportagem buscou informações sobre o estado de saúde dos sobreviventes, mas o paradeiro das vítimas é desconhecido.
Mais mortes - No último sábado(31), Donizete Ramos Rocha de 41 anos foi morto a facadas, na conveniência em que trabalhava, no Centro de Paranhos.
Um homem teria entrado no local e perguntado por Donizete, a vítima confirmou que se tratava da pessoa, momento em que o suspeito desferiu golpes de faca na região do pescoço, face, tórax e abdômen dele e depois fugiu do local em uma Saveiro.
Também na semana passada, outra pessoa foi executada na fronteira. O homem moreno, com idade aproximada de 30 anos, foi morto com dois tiros na cabeça e o corpo deixado numa plantação de eucalipto.
Ele teve o corpo "embalado" em sacos pretos na linha internacional entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, método adotado pelos criminosos da região.
No dia 26 de outubro, Cristian David Candia Silva, 25, foi morto a tiros o corpo deixado dentro de sacos de lixo. Conforme os policiais que atenderam o caso, Cristian foi morto em outro local e o corpo jogado na beira da rua, onde foi encontrado.