Serial killer que matou estudante de MS pega 104 anos de prisão
José Tiago Correa Soroka, 34 anos, foi condenado no PR por matar e roubar as vítimas, todos gays
José Tiago Correa Soroka, 34 anos, foi condenado a pena de 104 anos, 4 meses e 6 dias de prisão por latrocínio e extorsão. Entre as vítimas do homem, que ficou conhecido como serial killer de homossexuais, está o sul-mato-grossense Marcos Vinicio Bozzana da Fonseca, morto por asfixia, em maio de 2021.
A sentença da juíza Cristina Lopes, da 12ª Vara Criminal de Curitiba (PR) é do dia 8 de julho, mas veio a público nesta quinta-feira (14). A defesa informou que irá recorrer, na tentativa de alterar a tipificação para homicídio, que tem pena inicial menor que latrocínio.
Soroka foi preso no dia 29 de maio de 2021, depois de investigação que o apontava como principal suspeito de mortes ocorridas em Santa Catarina e Paraná.
A polícia estava à caça do homem que escolhia as vítimas seguindo um perfil específico: gays e que morassem sozinho. Conforme as investigações, se aproximava por meio de perfil fake em aplicativos de relacionamentos.
O estudante sul-mato-grossense Marcos Vinício Bozzana da Fonseca, 25 anos, se enquadrava no perfil. O rapaz morava sozinho, em apartamento de Curitiba, para onde se mudou em 2017, quando começou a estudar Medicina na PUC (Pontifícia Universidade Católica). Foi encontrado morto no dia 4 de maio de 2021, asfixiado. Da casa dele, o assassino levou celular e notebook.
Antes dele, Soroka já havia feito outras duas vítimas: Robson Olivino Paim, assassinado no dia 16 de abril, em Abelardo da Luz (SC), e David Junior Alvez Levisio, morto em 27 de abril, em Curitiba.
O serial killer foi preso em uma pensão localizada em Curitiba (PR). À época, disse em depoimento à polícia que escolhia gays por serem “alvos fáceis” e que somente queria roubar. Também negou que fosse crime de ódio.
O advogado Piero Madalozzo disse ao Campo Grande News que recorreu da sentença por entender que Soroka deve ser julgado por homicídio e não por latrocínio. A linha de defesa adotada na fase processual foi diferente do depoimento prestado por ele. "A intenção dele era ceifar a vida da vítima e não tinha como alvo o patrimônio".
Caso a situação seja revertida, rapaz será levado a julgamento popular, com possibilidade de reduzir os anos de prisão, já que a sentença inicial para homicídio é de 12 anos e, no latrocínio, 20 anos.
Antes desta sentença, Soroka já havia sido condenado pela Justiça de Santa Catarina a 30 anos de prisão pela morte de Roson Olivino Paim, em sentença de dezembro de 2021.