Sistema ultrapassado não monitora panes e semáforos ficam dias parados
Tecnologias para evitar esses transtornos ainda têm baixa cobertura nos 666 aparelhos
Em vez da "onda verde", tem dias que Campo Grande enfrenta onda de apagões de semáforos. E nem precisa ir para a periferia para ver a pane que dura dias. No início da manhã de hoje (4), por exemplo, o que fica no encontro da Rua da Paz e da Rua Alagoas completou mais de 72 horas desligado.
Outro é o aparelho que fica na rotatória da Via Parque com a Avenida Mato Grosso, que passou a primeira manhã do ano com a luz amarela congelada. Na Euclides da Cunha com a Rua Paraíba, a mesma coisa ocorre há pelo menos cinco dias. O aparelho chegou a voltar a funcionar no cruzamento, mas novamente ficou intermitente ontem pela manhã.
O pior é que existem tecnologias para evitar o desligamento, monitorar em tempo real e prever possíveis panes, mas a cobertura delas é baixa em Campo Grande. Segundo a Agetran (Agência Municipal de Trânsito), de 666 cruzamentos com semáforos na cidade, apenas 92 possuem aparelhos no-break instalados.
Do total, 292 são acompanhados por central de monitoramento a cada período ou em tempo real, 42 de segundo a segundo. Eles estão instalados na Avenida Eduardo Elias Zahran e no corredor de transporte coletivo da Rua Rui Barbosa, de acordo com a agência de trânsito. Nesses casos, é feito acionamento imediato de uma equipe para realizar a manutenção quando ocorre uma falha.
Diante do número insuficiente, a pasta informou via assessoria de imprensa que existe previsão de expandir as tecnologias. Só não disse quando.
Queda de energia elétrica, geralmente durante as chuvas, é um dos fatores que pode interferir no funcionamento dos semáforos, assim como a demora na substituição de aparelhos mais antigos e o furto de fios de cobre. Quanto a esse último problema, a Agetran diz que está instalando concertina nas colunas dos aparelhos e engraxando hastes para evitar a subida e alcance da fiação, além de concretar caixas de passagem de fios subterrâneos e passar cabo de aço junto para evitar o uso de cerol para cortar os de cobre.
Por fim, a agência informou que foram atendidos 406 pedidos de manutenção de semáforos em novembro de 2023, o dado mais recente. No mesmo mês, levantamento da central de monitoramento calculou que 485 apresentaram falhas entre janeiro e setembro do ano passado.
Riscos - Por mais que todo mundo acabe se virando para contornar o transtorno, ele não é de se desprezar. Semáforos totalmente apagados ou intermitentes podem causar acidentes graves e custar vidas.
Gestor de educação de trânsito no Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul), Emerson Tiogo aponta os erros mais comuns nessas situações, que podem ser evitados:
Por pedestres
- Não sinalizar a intenção de atravessar a via;
- Atravessar sem olhar para os dois lados da via;
- Atravessar a rua fora da faixa de pedestres;
- Distrair-se com aplicativos instalados nos smartphones.
Por condutores
- Não sinalizar a intenção no trânsito;
- Utilizar buzina para indicar sua passagem, sem atentar-se às condições de segurança;
- Transitar em velocidade acima do permitido para a via;
- Não reduzir a velocidade ao avistar semáforo desligado ou intermitente;
- Colocar-se como prioridade e não permitir a passagem dos pedestres e ciclistas.
Em casos em que o fluxo é grande, veículos que tiverem que parar em cruzamentos devem verificar se há outros vindo na pista transversal, sem desrespeitar as regras de prioridade no trânsito. "É importante sempre priorizar a segurança de todos os usuários do trânsito e em todos os contextos", finaliza Emerson.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News.