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Capital

Sistema ultrapassado não monitora panes e semáforos ficam dias parados

Tecnologias para evitar esses transtornos ainda têm baixa cobertura nos 666 aparelhos

Por Cassia Modena | 04/01/2024 08:16
Semáforos chegam a passar dias desligados (Foto: Henrique Kawaminami)
Semáforos chegam a passar dias desligados (Foto: Henrique Kawaminami)

Em vez da "onda verde", tem dias que Campo Grande enfrenta onda de apagões de semáforos. E nem precisa ir para a periferia para ver a pane que dura dias. No início da manhã de hoje (4), por exemplo, o que fica no encontro da Rua da Paz e da Rua Alagoas completou mais de 72 horas desligado.

Outro é o aparelho que fica na rotatória da Via Parque com a Avenida Mato Grosso, que passou a primeira manhã do ano com a luz amarela congelada. Na Euclides da Cunha com a Rua Paraíba, a mesma coisa ocorre há pelo menos cinco dias. O aparelho chegou a voltar a funcionar no cruzamento, mas novamente ficou intermitente ontem pela manhã.

O pior é que existem tecnologias para evitar o desligamento, monitorar em tempo real e prever possíveis panes, mas a cobertura delas é baixa em Campo Grande. Segundo a Agetran (Agência Municipal de Trânsito), de 666 cruzamentos com semáforos na cidade, apenas 92 possuem aparelhos no-break instalados.

Do total, 292 são acompanhados por central de monitoramento a cada período ou em tempo real, 42 de segundo a segundo. Eles estão instalados na Avenida Eduardo Elias Zahran e no corredor de transporte coletivo da Rua Rui Barbosa, de acordo com a agência de trânsito. Nesses casos, é feito acionamento imediato de uma equipe para realizar a manutenção quando ocorre uma falha.

No "braço" do semáforo, câmera envia imagens à central de monitoramento (Foto: Arquivo/Paulo Francis)
No "braço" do semáforo, câmera envia imagens à central de monitoramento (Foto: Arquivo/Paulo Francis)

Diante do número insuficiente, a pasta informou via assessoria de imprensa que existe previsão de expandir as tecnologias. Só não disse quando.

Queda de energia elétrica, geralmente durante as chuvas, é um dos fatores que pode interferir no funcionamento dos semáforos, assim como a demora na substituição de aparelhos mais antigos e o furto de fios de cobre. Quanto a esse último problema, a Agetran diz que está instalando concertina nas colunas dos aparelhos e engraxando hastes para evitar a subida e alcance da fiação, além de concretar caixas de passagem de fios subterrâneos e passar cabo de aço junto para evitar o uso de cerol para cortar os de cobre.

Por fim, a agência informou que foram atendidos 406 pedidos de manutenção de semáforos em novembro de 2023, o dado mais recente. No mesmo mês, levantamento da central de monitoramento calculou que 485 apresentaram falhas entre janeiro e setembro do ano passado.

Em pleno horário de pico da manhã, semáforos da Avenida Afonso Pena falharam, em abril deste ano (Foto: Marcos Maluf)
Em pleno horário de pico da manhã, semáforos da Avenida Afonso Pena falharam, em abril deste ano (Foto: Marcos Maluf)

Riscos - Por mais que todo mundo acabe se virando para contornar o transtorno, ele não é de se desprezar. Semáforos totalmente apagados ou intermitentes podem causar acidentes graves e custar vidas.

Gestor de educação de trânsito no Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul), Emerson Tiogo aponta os erros mais comuns nessas situações, que podem ser evitados:

Por pedestres

  • Não sinalizar a intenção de atravessar a via;
  • Atravessar sem olhar para os dois lados da via;
  • Atravessar a rua fora da faixa de pedestres;
  • Distrair-se com aplicativos instalados nos smartphones.

Por condutores

  • Não sinalizar a intenção no trânsito;
  • Utilizar buzina para indicar sua passagem, sem atentar-se às condições de segurança;
  • Transitar em velocidade acima do permitido para a via;
  • Não reduzir a velocidade ao avistar semáforo desligado ou intermitente;
  • Colocar-se como prioridade e não permitir a passagem dos pedestres e ciclistas.

Em casos em que o fluxo é grande, veículos que tiverem que parar em cruzamentos devem verificar se há outros vindo na pista transversal, sem desrespeitar as regras de prioridade no trânsito. "É importante sempre priorizar a segurança de todos os usuários do trânsito e em todos os contextos", finaliza Emerson.

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