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Capital

“Sou obrigada a catar caramujo todo dia”, o drama da vizinha de terreno baldio

Enquanto poder público deixa moradores sem resposta, matagal avança por lotes, calçadas e avenida

Aline dos Santos | 14/02/2023 09:43
Infestação de caramujos africanos em terreno baldio no Jardim Pênfigo. (Foto: Direto das Ruas)
Infestação de caramujos africanos em terreno baldio no Jardim Pênfigo. (Foto: Direto das Ruas)

“Estou cansada disso, não sei para quem pedir ajuda. Já fiz várias denúncias na prefeitura, no número 156. Mas ninguém aparece para fiscalizar. Sou obrigada a catar caramujo todo dia de manhã, não consigo nem tomar café da manhã. Isso está me fazendo ficar doente de tanto nervoso”.

O desabafo é de Helena da Silva Dantas Ferreira, 60 anos, que mora desde 1997 no Jardim Pênfigo. Ela sofre com terreno baldio ao lado de casa infestado com caramujos africanos. A moradora não consegue contato com o dono da área, que é representado por um terceiro. A explicação é que o proprietário não gosta de ser incomodado, enquanto isso, a moradora segue esperando a limpeza.

O avanço do matagal em Campo Grande ainda traz cenas de cavalo pastando ao lado de sofá descartado em meio a terreno baldio, no Jardim Batistão. A situação foi registrada na Travessa Abssinia, esquina com a Rua Nova Romã.

“O mato está muito alto e virou praticamente lixão. Os vizinhos estão usando os terrenos baldios como local de descarte de móveis e tudo quanto é lixo. Com a chuvarada, teve aumento de ratos, escorpião, baratas, tudo quanto é inseto”, relata Janaína Fontoura Araújo, 38 anos.

Enquanto cavalo é colocado para pastar, a moradora espera por resposta da prefeitura de Campo Grande. Ela afirma que fez reclamação sobre os terrenos baldios em 21 de dezembro, por meio do telefone 156. No dia 20 de janeiro, ligou novamente e recebeu informação de que o caso foi encaminhado para a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana).

Moradores também enfrentam dificuldades no Jardim Paradiso, principalmente sobre a situação da Avenida Tamandaré. “Está um verdadeiro matagal, não conseguimos andar nem na calçada. Tem que andar pelo outro lado da rua, pois está tudo tomado pelo mato”, afirma Íris Medeiros.

Maria Antônia Beviláqua, 56 anos, reclama do matagal na Rua do Franco, esquina com a Avenida Salgado Filho. “O mato tomou conta das calçadas e está cobrindo o semáforo. É bem na curva e pode causar acidente por falta de visão”.

No ano passado, a falta de limpeza nos lotes respondeu pela maioria das notificações à Semadur em Campo Grande: 3.400 entre janeiro e novembro de 2022. Portanto, média de dez por dia.

Contudo, apenas 24% viraram multa, abrindo a possibilidade de efetivamente doer no bolso, com valores que variam de R$ 2.944,50 a R$ 11.778.

A secretaria  destaca que a maioria das notificações não é revertida em multas, pois os proprietários dos terrenos realizam a limpeza diante da possibilidade de ser cobrado pela prefeitura. Do total de 3.400 notificações, 847 (24%) foram encaminhadas para a Sefin (Secretaria Municipal de Finanças e Planejamento).

Matagal na Rua do Franco com a Salgado Filho. (Foto: Direto das Ruas)
Matagal na Rua do Franco com a Salgado Filho. (Foto: Direto das Ruas)

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