Suspeito de matar Kauan fica em silêncio nas 4 horas de reconstituição
Objetivo do trabalho foi de "aparar arestas da investigação", diz delegado do caso; Polícia quer concluir inquérito até a próxima terça
Quatro horas e meia depois, a Polícia Civil e a perícia concluíram na manhã desta quinta-feira (17), no bairro Coophavilla II (zona sul de Campo Grande) na reconstituição dos fatos que acreditam terem levado ao estupro e morte do menino Kauan Andrade Soares dos Santos, 9 anos, cujo corpo está desaparecido desde o dia 25 de junho.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Paulo Sérgio Lauretto, titular da Depca (Delegacia Especializada Proteção à Criança e ao Adolescente), o trabalho foi desencandeado a partir dos depoimento do homem preso acusado pelo crime, o professor Deivid Almeida Lopes, 38, e adolescentes que prestaram depoimentos sobre o ocorrido, entre eles o de 14 anos que está recolhido na Unei (Unidade Educacional de Internação) Dom Bosco suspeito de co-participação.
“A reconstituição se fez necessária para tirarmos algumas dúvidas que persistiram sobre o ocorrido, aparar as arestas de alguns pontos da investigação”, disse Lauretto.
Mesmo acompanhado de seu advogado e dentro de sua casa, Lopes novamente preferiu ficar em silêncio e não quis colaborar com a investigação.
Além do adolescente de 14 anos, outros dois jovens participaram da atividade e permaneceram todo o tempo encapuzados para não serem identificados. Um deles utilizou até mesmo um colete à prova de balas.
“(Os outros dois jovens) não é que eles tenham participação efetiva no crime, mas estiveram com o Deivid no dia do crime e são importantes para a investigação”, disse a delegada Aline Sinotti, também da Depca, que participa da apuração do caso.
Lauretto voltou a afirmar que a polícia espera pelo resultado de alguns laudos feitos pela perícia na casa do suspeito anteriormente, entre eles o exame do sangue recolhido no chão do local. “A demora é por conta da complexidade dos exames pedidos”, justificou.
A expectativa do delegado é que o inquérito policial seja concluído na próxima terça-feira (22), quando um parecer final deverá ser dado sobre o caso após a avaliação e anexação dos exames periciais, depoimentos e da reconstituição.
Atividade – A perícia na casa do professor suspeito começou por volta das 8h, com grande aparato das polícias Civil e Militar. Diversas delegacias especializadas, como a Homicídios e a de Combate ao Crime Organizaram, participaram dos trabalhos, que isolou todo o quarteirão onde está localizada a residência de Lopes.
Segundo Lauretto, a operação foi necessária por motivos de segurança do próprio professor e dos adolescentes, já que a grande repercussão do caso gerou imensa comoção popular.
Cerca de 30 policiais ao todo participam do trabalho, acompanhado por dezenas de curiosos. Um boneco foi usado pelos peritos para simular Kauan, cujo corpo permanece desaparecido e as buscas foram encerradas após sete dias de buscas sem sucesso pelos bombeiros no Rio Anhanduí (zona sul). Oficialmente, a polícia diz que espera por indícios mais concretos da localização.