Suspeito de matar Kauan ligou para mãe fingindo comoção, revela família
Informação é trazida por parentes de menino no dia que polícia encerra inquérito que acusa professor pelo estupro de seis crianças
Familiares do menino Kauan Andrade Soares dos Santos, 9 anos, estuprado e morto segundo a polícia, cujo corpo está desaparecido há mais de um mês, revelaram nesta quarta-feira (26) que o homem preso pelo crime, de 38, ligou pelo menos 15 dias seguidos para a mãe da vítima, Janete dos Santos Andrade, 35, oferecendo ajuda.
Segundo os familiares, o professor Deivid Almeida Lopes alegou à mãe que conseguiu seu número de telefone através de anúncios na internet sobre o desaparecimento, ocorrido no dia 25 de junho.
“A gente quer descobrir quem forneceu o contato. Quer que se investigue isso direito”, apelou a irmã de Janete, a doméstica Irene Andrade, 43, tia de Kauan.
Ela mesma escutou algumas das conversas que Janete teve com o suspeito. Hoje motivo de deixar a família ainda mais em choque.
“Pensando agora, é assustador. Ele se mostrava solícito, ofereceu ajuda, disse que ela (Janete) poderia ir em sua casa se necessário e que se soubesse de alguma informação a avisaria”, disse Irene.
A informação das ligações do professor à mãe do menino surgem no dia em que a Polícia Civil anunciou o encerramento das buscas pelo corpo no Córrego Anhanduí após cinco dias e mais de 20 quilômetros de extensão de área vasculhada, até que se obtenha elementos novos.
Oito casos - O delegado Paulo Sérgio Lauretto, titular da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), ouve Lopes desde as 10h30 para concluir o inquérito que o acusa pelo crime de estupro de vulnerável.
Segundo o delegado, o professor responderá por seis crimes do tipo baseado nas evidências encontradas (como filmagens pornográficas envolvendo crianças). Outros dois casos ainda são investigados.
Seguirá, no entanto, a investigação do assassinato de Kauan. Um adolescente de 14 anos denuncia que o menino foi morto durante estupro na casa do homem, no bairro Coophavila (zona sul).
Kauan teria morrido por asfixia ainda no dia 25 de junho, data do desaparecimento, e o corpo atirado no rio, já na madrugada do dia 26. Na casa, a aplicação de luminol revelou marcas de sangue no quarto, onde o adolescente indicou que aconteceu o crime.