TJ nega liberdade a fonoaudiólogo acusado de estuprar crianças
Wilson Nonato Rabelo Sobrinho está preso desde 9 de março e polícia já relatou pelo menos 6 inquéritos
Decisão do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) negou liberdade ao fonoaudiólogo Wilson Nonato Rabelo Sobrinho, 30 anos, acusado de estuprar crianças durante sessões em clínica de Campo Grande.
O habeas corpus foi impetrado pela defesa de Sobrinho relacionado ao processo que tramita na 7ª Vara Criminal de Campo Grande e negado, em caráter liminar, pelo desembargador Paschoal Carmelo Leandro. O despacho foi publicado hoje no Diário da Justiça.
O advogado Eleilson de Arruda Azevedo Leite alegou que a prisão cautelar pode ser revogada já que estão presentes elementos necessários para concessão da liberdade, com as condições subjetivas favoráveis: primário, possui ocupação lícita, residência fixa e não se apresenta como risco para ordem pública.
O desembargador Paschoal Carmelo Leandro avaliou que estão ausentes os pressupostos indispensáveis, como o perigo da manutenção da prisão. Também analisou que não há ilegalidade, abuso de poder ou constrangimento ilegal na detenção.
Wilson Nonato Rabelo Sobrinho está preso desde o dia 9 de março, depois de ser denunciado pela mãe de menino de 8 anos. A criança era atendida pelo profissional em uma clínica da Capital e relatou que o fonoaudiólogo passava a mão nele.
A criança fugiu da sala e a polícia foi chamada no mesmo momento. Desde então, Wilson está preso. Com a divulgação do caso, várias famílias de pacientes de Nonato procuraram a Depca (Delegacia Especializada de Proteção a Criança e ao Adolescente).
Segundo informações da delegacia, o fonoaudiólogo já foi indiciado em 7 inquéritos por estupro de vulnerável. Destes, pelo menos, 5 já foram concluídos e encaminhados ao MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).
A delegacia irá convocar pais das crianças atendidas por Sobrinho desde que o profissional chegou a Campo Grande há um ano, proveniente de Manaus (AM). Em 2021, ele atendeu 75 crianças e, este ano, mais 67.
As vítimas preferenciais eram as que apresentavam maior grau de dificuldade de comunicação. Além de passar a mão nas crianças, se masturbava e ainda tinha vídeos no celular, em que guardava imagens dos abusos sexuais.