Vazios representam 25% do perímetro urbano da Capital, diz estudo
Com a ajuda de acadêmicos da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), o arquiteto e urbanista Ângelo Arruda elaborou uma pesquisa que apontou que 25% do perímetro urbano de Campo Grande é de espaços vazios. A área está em sua maior parte concentrada na região do Imbirussu.
Segundo ele, 48,19% dessa região é composta por espaços vazios. Fazem parte dela os bairros Zé Pereira, Serradinho, Panamá, Popular, Nova Campo Grande, Núcleo Industrial e parte dos bairros José Abrão, Nasser, Santo Amaro, Santo Antônio, Sobrinho, Taveirópolis, São Conrado e Caiobá. O levantamento apontou ainda que grande parte dos espaços vazios são áreas públicas, onde não foram construídos cemitérios, praças, escolas, entre outros imóveis, por exemplo.
Já a região da Capital com menos espaços vazios é o Centro. Isso porque na área está concentrada a maior parte dos comércios da cidade e escritórios. Conforme o levantamento, dentro deste espaço, somente o Bairro Itanhangá Park ainda possui espaços sem edificações.
A pesquisa do Observatório de Arquitetura e Urbanismo da UFMS começou em setembro do ano passado. Com a ajuda de um software avançado e por meio de fotointerpretação, o grupo conseguiu mapear e classificar 35.903.52 hectares da cidade.
A pesquisa ainda está em andamento, mas a primeira apresentação de resultados aconteceu na tarde desta segunda-feira (23), no curso de Arquitetura e Urbanismo da UFMS. A convidada especial para prestigiar o evento foi Ermínia Maricato, professora titular da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP), que também formulou a proposta do Ministério das Cidades, onde foi ministra adjunta entre 2003 e 2005.
Durante a apresentação, Ermínia revelou que o Centro-Oeste é a região onde mais existem espaços vazios. “Por isso, a pesquisa do grupo vai servir para que pelos menos Campo Grande tenha um crescimento mais equilibrado, onde toda a população possa desfrutar de melhores condições de moradia com asfalto, iluminação pública, transporte de qualidade, segurança e saúde. É importante investir nestes espaços vazios para obter um melhor desenvolvimento da cidade”, explicou.
Para ela, a solução para o problema seria trabalhar com a ideia de cidade compacta. “Não será uma cidade pequena e desagradável de se morar, será uma cidade que vai aproximar as pessoas e as deixar mais próximas do local de trabalho, dos locais de estudo, dos centros de saúde e mais perto dos familiares. Sem falar no bem sustentável, onde a pessoa não vai precisar de utilizar automóveis poluidores, além de haver uma redução no tempo das viagens do transporte publico”, finalizou.
Também estiveram presentes no evento representantes do Secovi/MS (Sindicato de Habitação de Mato Grosso do Sul), Planurb ( Instituto Municipal De Planejamento Urbano) e Emha (Agência Municipal de Habitação de Campo Grande). As entidades foram parceiras na elaboração da pesquisa.