Velório de ciclista atropelada tem "Hallelujah" na voz de Emanuelle como trilha
Velório de Emanuelle Aleixo Gorski, que morreu após ser atropelada, está sendo no Cemitério Jd. das Palmeiras
Hallelujah, Hallelujah... É com a canção de Leonard Cohen, na voz de Emanuelle Aleixo Gorski, que amigos e familiares se despedem da jovem que partiu cedo demais. Aos 21 anos, Emanuelle morreu depois de ser atropelada por uma S-10 enquanto pedalava na rotatória da Avenida Mato Grosso com a Avenida Desembargador José Nunes da Cunha, entrada do Parque dos Poderes, na noite de segunda-feira (8).
O velório acontece no Cemitério Jardim das Palmeiras, em Campo Grande. A amiga que estava junto de Emanuelle e que teria convidado a jovem para pedalar chegou acompanhada da mãe, mas não quis conversar com a imprensa. A mãe explicou que a filha está muito triste e sem condições de falar. Os amigos relataram à reportagem que a ciclista contou que não teria visto o acidente porque estava à frente de Emanuelle.
Pela quantidade de pessoas e a emoção na capela, Emanuelle era muito querida. A música escolhida para ser trilha sonora da despedida é uma das que a jovem cantava e gravava em vídeos no Instagram. Entre ser estudante de Direito e ciclista, ela também amava fazer covers de bandas.
Estudante de Direito, Ismael Martins, de 21 anos, conta que os dois se conheceram por serem colegas de curso. "Ela era a pessoa mais feliz que eu já conheci na minha vida. Até em dias ruins, ela era alegre. Éramos bem próximos, saíamos sempre antes da pandemia", relata.
Os dois jogavam sinuca, apesar de Emanuelle não saber muito bem, nas palavras do amigo, ela se divertia. "Uma lembrança que eu tenho dela era a gente queria ir pro Café Mostarda mesmo sem dinheiro. Ela vai deixar muitas saudades".
Aline Santos, de 21 anos, também é estudante de Direito e amiga de Emanuelle. "Nos conhecemos há um ano, éramos da mesma sala. Ela era muito alegre, cativava todo mundo, ela me acolheu na faculdade, foi minha primeira amiga", diz.
O que fica, para Aline, é o sentimento de gratidão por tê-la conhecido e também pela amizade. "No dia do acidente, conversamos pelo Whats e marcamos de nos ver no final de semana", completa emocionada.
Apesar de muito nova, a partida de Emanuelle deixou em amigos uma marca. "Ela sempre estava no 220, até quando as coisas não davam certo, ela pensava pelo lado bom. Ela aproveitou muito a vida, por mais que tenha sido muito curta, acredito que ela se foi sem arrependimentos", diz o colega, também estudante de Direito, Salomão Hildebrand.
Professor de Direito Penal da acadêmica, Ricardo Souza Pereira, fala que Emanuelle foi uma aluna fora do normal. Animada, estudiosa e extrovertida.
"Tive a honra de ter sido professor dela, mesmo na pandemia ela tinha garra e alegria. Estou sem palavras, a alegria do mundo perde uma das suas principais representantes. É tão estranho, os bons morrem jovens", parafraseia Legião Urbana.
O corpo de Emanuelle será cremado.