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Capital

Vilã de buracos, chuva afeta produção diária de 340 toneladas de asfalto

Total fornecido para a prefeitura por dia equivale a 26 caminhões

Aline dos Santos | 08/02/2017 13:07
Massa asfáltica sai a até 180ºC de usina para o caminhão. (Foto: Marcos Ermínio)
Massa asfáltica sai a até 180ºC de usina para o caminhão. (Foto: Marcos Ermínio)
“Nesta época do ano chove demais e não consigo ter material seco na pedreira", diz Raf. (Foto: Marcos Ermínio)
“Nesta época do ano chove demais e não consigo ter material seco na pedreira", diz Raf. (Foto: Marcos Ermínio)

Cobiçado por moradores dos quatro cantos da cidade, o asfalto bate recorde com 340 toneladas por dia, mas também vê a chuva, que ajuda a esburacar Campo Grande, afetar a sua produção antes mesmo de chegar ao estágio de massa asfáltica.

Resultado da combinação de agregados (pedrisco, pó de pedra e areia) e CAP (Cimento Asfáltico de Petróleo), o CBUQ (Concreto Betuminoso Usinado a Quente), nome oficial da massa asfáltica, depende de que os primeiros materiais, oriundos da mineradora, estejam secos.

“Nesta época do ano chove demais e não consigo ter material seco na pedreira. A usina, normalmente, trabalha com 80 toneladas por hora, mas, devido ao material que está úmido, cai para 40 toneladas por hora. Então, dá-se a impressão de que é um quebra-quebra. Mas, na verdade não é isso”, afirma Paulo Raf, proprietário da Usimix e da Mineração Campo Grande.

Na última sexta-feira, reportagem do Campo Grande News mostrou a lentidão no serviço de tapa-buraco e as equipes informaram que falta asfalto por conta de que a usina quebrou. “Fica uma fila aí e o pessoal acha que está com problema. Realmente tem problema, mas é a redução de 50% ou mais da capacidade”, diz o empresário.

Atualmente, a Usimix é a única empresa com contrato vigente para fornecer asfalto para a prefeitura de Campo Grande. Com a epidemia de buracos, nunca se precisou de tanta massa asfáltica na Capital. São 340 toneladas por dia, equivalentes a 26 caminhões. 

Com utilização para tapa-buraco, recapeamento e pavimentação nova, o CBUQ sai da usina a até 180ºC. O material vai do maquinário direto para o caminhão, onde é aferido a temperatura, e, depois, coberto com lona. No local da aplicação, volta a ser utilizado o termômetro. 

Chuva afeta extração de materiais como areia e  pedra. (Foto: Marcos Ermínio)
Chuva afeta extração de materiais como areia e pedra. (Foto: Marcos Ermínio)
Epidemia de buracos torna massa afática cobiçada pela cidade. (Foto: Alcides Neto)
Epidemia de buracos torna massa afática cobiçada pela cidade. (Foto: Alcides Neto)

Nesta quarta-feira (dia 8), a reportagem acompanhou a produção na Usimix, na Vila Popular. Primeiro, os materiais oriundos da mineradora (areia, pedrisco e pó de pedra) são levados para grandes compartimentos.

Eles escoam para esteiras e chegam a um grande tubo, que gira constantemente. Lá, acontece a mistura com o CAP, vindo de Betim (Minas Gerais). A máquina só “libera” a massa quando ela está homogênea e a “liga” depende de que os materiais extraídos da mineração estejam secos.

A proporção dos ingredientes é definida, de forma automatizada, pelas máquinas. A temperatura também é informada na tela. De acordo com o gerente Valdecyr Luiz de Lima, toda a produção é monitorada por um fiscal da prefeitura e os caminhões pesados ao entrar e sair do pátio.

A Usimix venceu licitação para fornecer até 30 mil toneladas de massa asfáltica para a prefeitura, com valor de R$ 9,5 milhões. O resultado do pregão presencial 161/2016 foi publicado no Diário Oficial de Campo Grande em 13 de janeiro.

Conforme o documento, a empresa apresentou preço de R$ 317 cada tonelada de CBUQ. Segundo dados da prefeitura, Campo Grande tem 280 mil buracos, sendo mil fechados por dia.

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